NUCLEAR

Negociações sobre Irã recomeçam em fevereiro

O acordo que entrou em vigor em 20 de janeiro é a primeira etapa antes de um acordo global

France Press
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27/01/2014 às 15:14.
Atualizado em 27/04/2022 às 18:36

O Irã e as grandes potências retomarão suas discussões a respeito de um acordo global sobre o programa nuclear iraniano em meados de fevereiro, em Nova York, disse nesta segunda-feira (27) uma fonte próxima das negociações, citada pela agência oficial de notícias Irna. "As negociações entre o Irã e o grupo P5+1 para um acordo definitivo serão realizadas no final do mê de Bahman (que termina em 19 de fevereiro) em Nova York", declarou a fonte consultada pela AFP. "Essas negociações vão acontecer com a participação do ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif [encarregado das negociações], da chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, e de representantes dos países do grupo P5+1", acrescentou a fonte. O P5 é formado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU Estados Unidos, China, França, Grã-Bretanha, Rússia, além de Alemanha. As negociações anteriores aconteceram em Genebra e permitiram obter um acordo provisório de seis meses entre o Irã e o P5+1, que congela algumas atividades nucleares sensíveis de Teerã em troca da suspensão parcial das sanções ocidentais. O acordo que entrou em vigor em 20 de janeiro é a primeira etapa antes de um acordo global que garanta o caráter exclusivamente pacífico do programa nuclear iraniano. Em virtude do acordo de Genebra, que deve ser alvo de uma "vigilância crescente" da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã se compromete a limitar o enriquecimento a 5%; a transformar suas reservas de urânio a 20%; a congelar suas atividades nas unidades de Natanz e Fordo, assim como no reator de água pesada de Arak; e a parar a instalação de novas centrífugas nessas fábricas. Hoje existiriam pelo menos 19 mil unidades desses equipamentos. Em contrapartida, o P5+1 deve suspender suas sanções sobre o setor automobilístico, as exportações petroquímicas, o comércio do ouro, a aeronáutica e desbloquear ativos financeiros congelados. O período de seis meses permitirá iniciar negociações de um acordo global sobre o programa nuclear iraniano, que resolveria mais de 10 anos de crises entre Irã e a comunidade internacional. Os países ocidentais e Israel suspeitam de que o Irã esteja usando um programa nuclear civil como fachada para a produção de armas atômicas, o que Teerã nega, insistindo no caráter pacífico de suas atividades.

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