O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se disse satisfeito com o fato de seu homólogo russo Vladimir Putin ter assumido a responsabilidade de pressionar seu "cliente", o presidente sírio Bashar al-Assad, para que desmantele seu arsenal químico, em uma entrevista divulgada neste domingo (15). "Eu o parabenizo por ter se comprometido. Eu o felicito por ter dito: 'Eu assumo a responsabilidade de pressionar meu cliente, o regime de Assad, a administrar suas armas químicas'", disse Obama em uma entrevista concedida à rede ABC News gravada na sexta-feira. "Putin e eu temos grandes divergências em um amplo leque de problemas. Mas posso dizê-los: Trabalhamos juntos em importantes assuntos", por exemplo em matéria de combate ao terrorismo, ressaltou o presidente. "Não estamos na guerra fria. Não existe competição entre Estados Unidos e Rússia", acrescentou Obama, destacando que as relações bilaterais sempre foram marcadas pela doutrina do ex-presidente Ronald Reagan: "Confiança, mas vigilância", lembrou. "Tudo isto é visto a partir do prisma da oposição russos-americanos. Mas não se trata disso. Trata-se de garantir que as piores armas não fiquem nas mãos de um regime mortífero ou de alguns membros da oposição, que se opõem tanto aos Estados Unidos como a Assad", acrescentou. A entrevista concedida à ABC foi gravada antes do anúncio do acordo entre Washington e Moscou sobre o desmantelamento do arsenal químico da Síria. O acordo, divulgado no sábado pelos chefes da diplomacia de ambos os países, John Kerry e Serguei Lavrov, obriga Damasco a apresentar no prazo de uma semana uma lista de suas armas químicas, que devem ser destruídas antes do fim do primeiro semestre de 2014.