SÍRIA

Obama pede investigação sobre armas químicas

John McCain acusou o governo democrata de se manter passivo frente à guerra civil

France Press
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22/08/2013 às 21:36.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:06

Sob pressão para agir na Síria após um massacre cometido com armas químicas, o presidente dos EUA, Barack Obama, exigiu que seus serviços de inteligência investiguem essas acusações para determinar sua veracidade. "Nesse exato momento", os Estados Unidos são incapazes "de determinar de forma definitiva se usaram armas químicas", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki. Para obter essa informação, "o presidente ordenou aos serviços de inteligência que reúnam o mais rápido possível informações adicionais" sobre as denúncias, acrescentou. Os Estados Unidos não têm equipes oficiais na Síria, lembrou a porta-voz, mas pode "coletar informação, graças a testemunhos no terreno, reunir inteligência, informes públicos (...) dados científicos" e "compartilhar essa informação" com outros países. A comunidade internacional reivindicou que os especialistas da ONU presentes na Síria corroborem as acusações da oposição sobre o uso de armas químicas em um ataque na quarta-feira, o que Damasco nega. Um grupo da oposição denunciou mais de 1.300 mortes, mas o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) contabilizou 170 e não pôde confirmar a utilização de armas químicas. "Estamos concentrados cada minuto de cada dia desde esses acontecimentos de ontem (quarta) a fazer tudo o que estiver ao nosso poder para estabelecer os fatos", frisou Psaki. "Se os informes estiverem certos, será uma escandalosa e flagrante escalada do uso de armas químicas", completou a porta-voz. Nesta quinta (22), a Casa Branca esteve sob pressão para responder com firmeza, após o suposto ataque. As fotos de cadáveres de crianças, divulgadas pela oposição síria, estavam nas capas dos três maiores jornais americanos "The New York Times", "The Washington Post" e "The Wall Street Journal". O senador republicano John McCain, que foi candidato nas eleições de 2008 contra Obama, acusou o governo democrata de se manter passivo frente à guerra civil. "Há um ano, o presidente disse que o uso de armas químicas na Síria marcaria a ultrapassagem de uma linha vermelha", escreveu McCain em um comunicado, referindo-se ao limite estabelecido por Obama em 20 de agosto de 2012. "Mas, como essas ameaças não tiveram nenhuma consequência verdadeira, não tiveram eco", acrescentou o senador. "A matança continua. (Bashar) Al-Assad se mantém no poder e continua, ao que parece, usando armas químicas contra civis", frisou. Em entrevista à rede CNN, McCain reiterou suas acusações e disse que, em vez de temer "uma linha vermelha que mudaria a situação", o presidente sírio a interpretou como um "sinal verde". O senador voltou a reivindicar "ataques militares limitados" sobre a Síria, o estabelecimento de uma "zona de exclusão aérea" e a entrega de "boas armas aos rebeldes". Congressistas democratas também pediram uma resposta firme ao governo Obama. Nesta quinta, o presidente francês, François Hollande, falou no "uso provável de armas químicas" em uma conversa por telefone com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, convocou uma "reação de força" na Síria. O secretário de Estado americano, John Kerry, reuniu-se hoje com Fabius, informou a porta-voz.

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