EIKE BATISTA

OGX não tira atratitivade da América Latina, diz jornal

Derrocada de empresas de Eike Batista não deve afastar investidores estrangeiros do mercado de títulos corporativos da AL

Da Agência Estado
correiopontocom@rac.com.br
31/10/2013 às 11:01.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:15

A derrocada das empresas de Eike Batista não deve afastar investidores estrangeiros do mercado de títulos corporativos da América Latina. O tema é o principal destaque da página dedicada integralmente à OGX na edição desta quinta-feira, 31, do jornal Financial Times. Com o título "Investidores da América Latina desdenham dos problemas da OGX", o texto diz que a queda do empresário brasileiro não "vai impedir que compradores de títulos procurem pechinchas" na região. O FT reconhece, porém, que um dos maiores prejudicados pelo caso é a gestora de recursos norte-americana Pimco.   A maior reportagem do FT sobre a OGX diz que os problemas das empresas de Eike Batista já eram conhecidos e investidores que acompanhavam a empresa não foram pegos de surpresa. "Durante a última década, no mercado de títulos corporativos na América Latina, são poucos e menos frequentes casos como a OGX de Eike Batista", diz o texto. "O caso foi noticiado com antecedência e o impacto é tão localizado que, ao contrário de uma onda de vendas causada pelas manchetes, a dívida corporativa da região está mais propensa a oferecer recompensa para os compradores", diz a reportagem, que compara a saída da OGX do mercado com "uma limpeza da lousa".   Além disso, o FT diz que o mercado de títulos corporativos latino-americano já enfrentava alguns problemas antes mesmo da quebra do império X. O texto cita como exemplos a desaceleração da economia brasileira, a inflação alta e a onda de protestos populares no País. "Longe de colocar as pessoas para fora, essa combinação de preços mais baixos com o pedido de recuperação judicial da OGX pode atrair uma nova onda de compradores e investidores", diz a reportagem, que ouviu diversos investidores em dívida brasileira nos Estados Unidos.   Perdedores   Apesar do prognóstico otimista sobre a entrada de novos investidores, o FT reconhece que há perdedores. Um deles é a gestora de recursos norte-americana Pimco. Em um texto menor na mesma página, o jornal afirma que o "romance brasileiro se transformou em sofrimento para a Pimco".   "Como maior detentor de títulos de Eike Batista, os gestores da Pimco enfrentam dor de cabeça no Brasil depois de um caso de amor de mais de uma década", diz o texto. Um dos fundos da casa aumentava posições em papéis emitidos pelas empresas X até o segundo trimestre deste ano, informa o FT. Segundo uma das pessoas ouvidas pelo jornal, os gestores teriam aumentado posições porque havia expectativa de que as empresas X poderiam ser "socorridas pelo governo".

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