SÃO PAULO

Ônibus escolares circulam em estado precário

Na zona Norte da cidade não é difícil encontrar veículos quebrados ou com a vistoria vencida

Agência Estado
correiopontocom@rac.com.br
16/05/2013 às 13:13.
Atualizado em 27/04/2022 às 14:04

Com limite de uso de até 25 anos, ônibus escolares na cidade de São Paulo circulam com estado de conservação precário. Só em um pátio na Vila Zilda, na zona norte da cidade, veículos com mais de 20 anos de uso apresentam sinais de desgaste nítido. O sucateamento da frota aparece no transporte escolar gratuito fornecido pela Prefeitura e no serviço prestado de forma particular.

Na zona Norte da cidade não é difícil encontrar veículos quebrados ou com a vistoria vencida. Em um horário de saída e chegada de vans e ônibus escolares, ao meio-dia, nos bairros Vila Nova Cachoeirinha e Jaçanã, a reportagem encontrou três veículos com sinais aparentes de danificação.

Um ônibus na Vila Nova Cachoeirinha levava alunos com um dos faróis quebrados e chegou a ser abordado pela Polícia Militar. Outro micro-ônibus com farol quebrado também foi visto pela reportagem, saindo de um condomínio no mesmo bairro. Um motorista, próximo a uma escola do Jaçanã, transportava crianças sem autorização da Prefeitura desde maio de 2012. Sua van não havia passado pela vistoria. A justificativa é que a caixa de câmbio havia quebrado. "Não sou clandestino, sou apenas irregular", disse.

As vans podem prestar o serviço de transporte escolar com até 10 anos de uso; micro-ônibus são permitidos até 15 anos.

Monitores

A Prefeitura exige também que os veículos do sistema de Transporte Regular Gratuito (TEG) tenham um funcionário, além do motorista, para cuidar de alunos portadores de deficiência auditiva da rede de ensino municipal. O acompanhamento é importante entre esses tipos de alunos pois eles costumam se movimentar mais e podem se machucar durante a viagem. Segundo os motoristas, nenhum dos responsáveis pelas vans fala libras (a linguagem usada pelos surdos-mudos) - o pouco que sabem é aprendido nas viagens.

Na escola municipal Neusa Basetto, na Mooca, zona leste da cidade, a reportagem encontrou sete veículos sem monitores. Doze micro-ônibus vão para essa unidade de ensino durante a semana. Em uma delas, houve até briga entre os alunos. Nenhum dos estudantes estava sentado com cinto de segurança. Em alguns dos carros, as janelas tinham insulfilm escuro, o que é proibido pela legislação de trânsito.

A Diretoria Regional de Educação Penha identificou, entre as placas citadas pela reportagem, quatro condutores ligados ao TEG. "As escolas estão em constante monitoramento do atendimento feito aos alunos, e todo tipo de irregularidade é encaminhado para o Departamento de Transporte Público (DTP), órgão responsável pela contratação dos serviços", disse a Prefeitura em nota.

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