O papa Francisco homenageou hoje (18) os imigrantes africanos que tentam chegar à Europa, desembarcando em Lampedusa, no Sul da Itália. O desembarque de imigrantes é cercado por dificuldades, pois a maioria chega clandestinamente em barcos lotados e precários. Muitos morrem no caminho e vários são impedidos de permanecer na Europa. Após a Primavera Árabe, aumentou o número de imigrantes do Egito, do Marrocos e da Tunísia.
O papa fez uma saudação especial aos muçulmanos que começam hoje o Ramadã – é o período de jejum para os muçulmanos e de renovação da fé, da prática da caridade e dos valores da vida familiar. “Meu pensamento se volta aos imigrantes muçulmanos queridos que começam agora o jejum do Ramadã, com a esperança de abundantes frutos espirituais. A Igreja está perto de vocês na busca de uma vida mais digna para si e suas famílias”, disse ele.
Uma embarcação com 166 imigrantes ilegais foi interceptada na Costa de Lampedusa, poucas horas antes da chegada do papa. A embarcação foi escoltada por lanchas da polícia italiana. Os 166 imigrantes foram levados para o centro de acolhimento da ilha, onde 150 imigrantes ilegais aguardam para ser repatriados.
Na celebração em Lampedusa, o papa homenageou os imigrantes que morreram na travessia até a ilha. "Os imigrantes que morreram no mar, os barcos que, em vez de ser um caminho de esperança, foram o caminho de morte. Então, senti que tinha de vir aqui hoje para orar, fazer um gesto de proximidade, mas também para despertar as nossas consciências para que o que ocorreu não aconteça de novo”, ressaltou.
Francisco agradeceu o apoio prestado por associações e voluntários na ajuda aos imigrantes. Ele lembrou passagens bíblicas que ressaltam a importância de apoiar os irmãos, principalmente os que passam por dificuldades. O papa pediu que as pessoas sejam sensíveis à dor alheia. Segundo ele, há uma tendência de “anestesiar o coração”.