O Papa Francisco afirmou nesta quarta-feira que "o Senhor também é prisioneiro" ao receber no Vaticano quase 150 capelães das prisões italianas. "O Senhor também é um prisioneiro, não fica do lado de fora da cela, está com vocês, é prisioneiro de nossos egoísmos, de nosso sistema, das muitas injustiças que se aplicam para castigar o mais frágil, enquanto os peixes gordos nadam tranquilamente", disse o pontífice, em um discurso parcialmente improvisado. "A esperança de obter justiça, de conseguir abrir as portas não é uma utopia", completou. "Vocês têm falado de uma justiça para a reconciliação, mas também de uma justiça de esperança. É possível alcançá-la apesar das fragilidades do ser humano, que se encontram em todos, e do diabo com suas tentações, mas é preciso fazer um esforço", comentou. Ao abordar os problemas dos detentos, o papa participa em um dos debates atuais na Itália: a superpopulação carcerária. O presidente da República, Giorgio Napolitano, pediu ao Parlamento uma nova lei para o tema ante as reiteradas censuras da União Europeia. Segundo a imprensa italiana, o papa Francisco foi convidado para visitar em novembro o palácio de Quirinale, sede da presidência, o que não foi confirmado oficialmente.