O desemprego técnico de 800.000 funcionários públicos americanos em consequência da falta de acordo sobre o orçamento federal recorda o que aconteceu no inverno de 1995-96, durante a presidência do democrata Bill Clinton. A disputa entre o Executivo e o Legislativo, dominado então pelos republicanos que exigiam cortes no orçamento, provocou a paralisação dos serviços administrativos federais, em duas oportunidades, a primeira durante seis dias e depois por três semanas. Um total de 800.000 funcionários entrou em desemprego parcial de 14 a 19 de novembro de 1995 e 280.000 entre 16 de dezembro e 7 de janeiro de 1996. Durante a segunda paralisação, outros 500.000 funcionários trabalharam, mas não receberam o pagamento. As perdas provocadas pela paralisação do Estado federal, quando a opinião pública atribuiu a responsabilidade aos republicanos, foram estimadas em 1,4 bilhão de dólares. Uma forte tempestade de neve agravou a situação, impedindo a retomada dos trabalhos durante dois dias, 8 e 9 de janeiro de 1996. O compromisso sobre o orçamento foi alcançado em 28 de setembro de 1996 entre a Casa Branca e os líderes do Congresso, Bob Dole no Senado e Newt Gingrich na Cámara de Representantes. Em novembro de 1996, o presidente Clinton vetou o projetos dos republicanos para reduzir o financiamento em sete anos do Medicare (o seguro médico dos aposentados) em um valor duas vezes maior do que ele desejava (226 bilhões de dólares contra 102 bilhões), assim como a redução dos impostos (240 bilhões contra 87 bilhões). Os democratas também eram contrários ao corte de recursos do orçamento para educação e meio ambiente. Os 'fechamentos' afetaram principalmente os serviços "não essenciais" como o de entrega de passaportes, parques nacionais, museus e monumentos, como a Estátua da Liberdade. Os funcionários que continuaram trabalhando foram os militares, policiais, carteiros, controladores aéreos, meteorologistas e inspetores sanitários. O presidente Clinton foi reeleito em 5 de novembro de 1996. Veja também Obama fará declaração sobre paralisia nesta tarde Obama falará depois que 800 mil funcionários federais foram forçados a ficar em casa sem salário Americanos rejeitam estratégia que paralisou os EUA Confiança dos republicanos do Congresso caiu a 17%,, enquanto o apoio aos democratas alcança 32% Cameron: Paralisação nos EUA é risco para a economia Falta de acordo causou a paralisação de parte dos serviços federais pela primeira vez em 17 anos Deputados aprovam novo projeto de orçamento Com isso, é mantido impasse que ameaça levar à paralisação do governo federal a partir da madrugada desta terça Último dia para evitar a paralisia do governo nos EUA As negociações voltam ao ponto de partida, a poucas horas do início do ano fiscal de 2014