O governo francês afirmou que o serviços de inteligência do país não interceptam todas as comunicações no país, rebatendo uma reportagem do jornal Le Monde, publicada no momento em que Paris exige de Washington explicações após as revelações de Edward Snowden.
"Não apenas o Estado americano desenvolveu um gigantesco aparato que permite espionar todos os cidadãos e além. Paris faz o mesmo", afirma na edição de sexta-feira o Le Monde.
Na quinta-feira, o jornal denunciou que os serviços secretos franceses interceptam e armazenam durante anos, sem nenhum controle, todas as comunicações da França.
O gabinete do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault chamou de "inexatas" as afirmações do jornal.
"Vários serviços franceses realizam interceptações de segurança. As interceptações estão regidas pela lei", afirma uma nota, segundo a qual as mesmas acontecem por "decisão do primeiro-ministro após consulta da Comissão Nacional de Controle das Interceptações de Segurança (CNCIS), que tem depois o poder de controlá-las e verificá-las".
O deputado socialista Jean-Jacques Urvoas, um dos relatores de uma missão de avaliação sobre o marco jurídico aplicável aos serviços de inteligência, afirmou que os "cidadãos franceses não estão submetidos a uma espionagem em massa em permanente".
As afirmações do Le Monde sobre os serviços franceses acontecem no momento em que as revelações do ex-consultor da Agência de Segurança Nacional americana Edward Snowden sobre a espionagem das comunicações de países e instituições da Europa por parte de Washington provocam a irritação dos europeus, começando por França e Alemanha.
Segundo o diário francês, a Direção Geral de Segurança Externa (DGSE), o serviço de inteligência francês, armazena sistematicamente os sinais eletromagnéticos emitidos por computadores na França, assim como informações que circulam entre a França e o exterior.
"Todas as nossas comunicações são espionadas", denuncia o jornal.
Essas comunicações (e-mails, mensagens de texto, registros telefônicos, mensagens de Facebook e Twitter...) são armazenadas "durante anos" na sede da DGSE, segundo o diário.