Pela primeira vez na história do Chile, a Presidência do país será disputada por duas mulheres. Ao contrário do que apontavam as pesquisas, que davam vitória no primeiro turno para Michelle Bachelet, a candidata socialista não obteve 50% dos votos, que lhe garantiriam o cargo no palácio La Moneda. Com pouco mais de 46% dos votos, Bachelet terá de enfrentar, no dia 15 de dezembro, a governista Evelyn Matthei, que obteve 25% dos votos válidos. Esta é a segunda vez que Michelle Bachelet tenta comandar o Chile. Em 2006 ela foi eleita a primeira mulher a governar o país. Impedida de se reeleger em 2010, ela optou por um segundo mandato para suceder Sebastián Piñera, a quem entregou o cargo nas últimas eleições. Aguardando em longas filas, os chilenos também elegeram ontem 120 membros da Câmara de Deputados e 20 dos 38 membros do Senado. As urnas começaram a ser fechadas às 18h locais (19h de Brasília), após 10 horas de votação. As cerca de 41 mil mesas habilitadas foram autorizadas a fechar a partir desta hora, embora ainda houvesse eleitores na fila, que continuaram votando, de acordo com a legislação eleitoral chilena. Mais de 13 milhões de eleitores estavam habilitados a votar nas eleições, mas apenas a metade dos compareceu as urnas. No pleito também foram registrados 1% de votos nulos e pouco menos de 1% de brancos. A próxima presidente do Chile enfrentará o desafio de reconquistar a confiança dos eleitores do país mais desenvolvido da América do Sul, após o mandato de Piñera, que deixou o cargo com baixíssimos índices de aprovação.