SÃO JOSÉ

PMs são indiciados por tortura e estupro no Pinheirinho

Crimes aconteceram durante reintegração de posse da ocupação do Pinheirinho, em 2012

Jussi Ramos
26/07/2013 às 18:29.
Atualizado em 27/04/2022 às 15:28

A Corregedoria da Polícia Militar indiciou 14 policiais por crimes de tortura e violência sexual cometidos em São José dos Campos, durante reintegração de posse da ocupação do Pinheirinho, em 2012. Foram indiciados 13 policiais da Rota de São Paulo e um PM do Copom de São José dos Campos, que recebeu a denúncia na época, mas não tomou as medidas necessárias, segundo as investigações. O caso foi encaminhado agora à Justiça Militar. Os policiais militares podem ser expulsos da corporação, além de serem julgados pela Justiça comum. Eles têm entre sete e 27 anos de corporação. O caso ocorreu no dia 22 de janeiro do ano passado, às 23h30, no bairro Campo dos Alemães, que fica ao lado da área conhecida como Pinheirinho. Segundo a Corregedoria, os policiais que foram para a região reforçar a segurança, abordaram três homens, duas mulheres e um menor que estavam usando drogas. Segundo as vítimas, os policiais invadiram a casa onde estavam, agrediram, torturaram e abusaram sexualmente de duas mulheres e um rapaz. Os laudos comprovaram a versão das vítimas. Segundo investigação da Corregedoria, a versão apresentada como defesa dos policiais “não bate com os fatos, sendo comprovados os abusos”. O governador Geraldo Alckmin defendeu o afastamento dos policiais por serem suspeitos de terem cometido lesão corporal, estupro e tortura contra seis moradores do Campo dos Alemães, no dia da desocupação do Pinheirinho. “A própria Corregedoria investigou os supostos casos e ela mesmo tomou as devidas providências para afastar esses policiais de suas atividades. A Polícia Militar tem transparência total e exerce punição exemplar para aqueles que cometem abusos ”, disse. A reintegração de posse da área conhecida como Pinheirinho ocorreu na madrugada do dia 22 de janeiro do ano passado. No local, viviam aproximadamente 1,6 mil famílias, totalizando cerca de 5,5 mil pessoas. O terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados era ocupado havia oito anos e pertencia à massa falida da empresa do empresário Naji Nahas.

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