A polícia chinesa deteve um proeminente acadêmico uigur, crítico da atitude do governo em relação a esta minoria em sua maior parte muçulmana, informou nesta quinta-feira (16) sua esposa. Ilham Tohti foi detido na quarta-feira junto a sua mãe por dezenas de policiais e levado a um paradeiro desconhecido, declarou à polícia sua esposa, Guzaili Nu'er, acrescentando que a polícia confiscou seus telefones celulares e computadores. Tohti, de 45 anos, é economista em uma universidade de Pequim e abertamente crítico à política central da China em relação aos uigures, que se concentram na região de Xinjiang, a oeste do país, onde regularmente ocorrem distúrbios. Segundo sua esposa, em um procedimento ilegal a polícia levou Tohti diante de seus filhos, depois de inspecionar minuciosamente a casa e levar móveis, computadores e textos acadêmicos. Os motivos da detenção não foram esclarecidos, mas Tohti, que já foi preso várias vezes, manifestou em seu site seu temor sobre a situação dos uigures, em especial após um ataque com vítimas fatais ocorrido em outubro passado na praça Tiananmen de Pequim, do qual as autoridades acusam elementos procedentes de Xinjiang.