POLÍTICA

Polícia enfrenta manifestantes na Tailândia

População que ameaçam invadir a sede do governo, depois de confrontos que deixaram quatro mortos

France Press
correiopontocom@rac.com.br
01/12/2013 às 15:42.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:43

A polícia tailandesa usou gás lacrimogêneo neste domingo (1) contra manifestantes que ameaçam invadir a sede do governo, depois de confrontos que deixaram quatro mortos e dezenas de feridos. O que une os manifestantes - uma aliança heterogênea formada por burgueses conservadores ligados ao Partido Democrata, o principal da oposição, e pequenos grupos ultramonárquicos - é o ódio ao irmão da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, o multimilionário Thaksin Shinawatra. Os manifestantes acusam Thaksin, derrubado pelo Exército em 2006, de continuar dirigindo a política governamental através de sua irmã, a partir do exílio em Dubai. Neste domingo, diante da sede do governo, os manifestantes tentaram quebrar blocos de concreto e cortar o alambrado, ao que a polícia respondeu com granadas de gás lacrimogêneo e jatos de água. Diante de outra entrada da sede do governo foi organizado um protesto pacífico. "Nossa operação hoje deve ser pacífica, com uma entrada educada nos lugares", afirmou Suthep Thaugsuban, líder da oposição, falando a seus partidários. Convocação de greve Thaugsuban também convocou uma greve do funcionalismo público para esta segunda-feira. As autoridades desmentiram os rumores segundo os quais a primeira-ministra teria fugido para o exterior, mas ela continua sem aparecer em público. Depois da ocupação de vários ministérios e prédios públicos na semana passada, que as autoridades toleraram para evitar maiores tensões, os manifestantes conseguiram entrar neste domingo no recinto do ministério do Interior, mas ainda não tomaram os canais de televisão, como disse que fariam. Cerca de 3.000 policiais foram mobilizados para reforçar a segurança na capital. Há um mês os tailandeses protestam contra Yingluck e seu irmão Thaksin. Os líderes do movimento convocaram uma nova grande mobilização antes do aniversário do rei Bhumibol, no próximo 5 de dezembro. "Primeiro de dezembro será o dia da vitória", prometeu na noite de sexta-feira Suthep Thaugsuban, antigo vice-primeiro-ministro e líder do movimento, que rejeitou os pedidos de aproximação do governo. Em 2010, 100.000 manifestantes ocuparam o centro de Bangcoc para pedir a queda do governo. A crise deixou 90 mortos. A revolta da oposição foi provocada por uma lei de anistia que, segundo os manifestantes, foi redigida para permitir a volta de Thaksin Shinawatra e evitar sua prisão por fraude financeira. O texto foi rejeitado pelo Senado, mas isto não serviu para acalmar os manifestantes. A oposição a Yingluck exige sua renúncia. A Tailândia já passou por 18 golpes de Estado ou tentativas de golpe desde o estabelecimento da monarquia constitucional, em 1932.

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