O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, reúne-se quarta-feira (12) com representantes dos manifestantes que exigem, há 11 dias, sua demissão, informou o vice-primeiro-ministro, Bülent Arinç. Depois desse grupo, Erdogan se encontrará com outros manifestantes, disse Arinç, ao final de uma reunião do Conselho de Ministros.
Os manifestantes continuam mobilizados em Ancara, capital turca, mesmo após intervenções da polícia antimotim, que tentou, pela segunda noite consecutiva, afastar milhares de pessoas das ruas, recorrendo a gás lacrimogênio e a jatos d'água.
A abertura para o encontro com os manifestantes surge na sequência de uma série de iniciativas de Erdogan para instigar os simpatizantes do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), ao qual é filiado, por meio de forte retórica combativa. “Aqueles que não respeitarem o partido no poder vão pagar um preço”, disse o primeiro-ministro a milhares de seguidores em Ancara, a apenas alguns quilómetros dos conflitos na Praça Kizilay. A onda de protestos contra o governo completou duas semanas.
“Temos sido pacientes, continuamos pacientes, mas há um limite para a nossa paciência”, alertou Erdogan.
Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em protesto contra o governo turco no último fim de semana, em todo o país. Houve manifestações em cidades como Istambul e Izmir, além de Ancara.
A Praça Taksim, em Istambul, centro simbólico do movimento de protesto, tem atraido os maiores grupos de manifestantes, que, em uma atmosfera festiva, dançam e gritam: “Erdogan, demita-se”.
Os confrontos começaram em 31 de maio, com a forte reação policial a uma campanha para evitar a demolição do Gezi Park, em Istambul, localizado perto da Praça Taskim. Os atritos acabaram se repetindo em todo o país, com manifestações contra Erdogan e seu partido, considerado cada vez mais autoritário.