Os professores de Portugal entraram em greve nesta segunda-feira (17) contra as medidas de austeridade do governo, no primeiro dia dos exames para o acesso ao ensino superior, afetando 30% dos 75 mil alunos inscritos, segundo o governo.
A greve foi convocada para protestar contra a redução de pessoal e o aumento do período de trabalho, de 35 para 40 horas semanais, como parte das medidas de austeridade anunciadas pelo governo português para atender as exigências dos credores internacionais.
A paralisação foi acompanhada por 90% dos professores, segundo os sindicatos.
O Tribunal Constitucional rejeitou em abril passado os cortes decididos pelo governo por considerá-los discriminatórios, após o qual o executivo aprovou um novo pacote de medidas para reduzir os gastos públicos.
Entre as medidas estão a ampliação do período de trabalho, de 35 para 40 horas semanais, a elevação da contribuição social e a demissão de 30 mil dos 700 mil funcionários, com o incentivo de aposentadorias.
"Mais de 70% dos alunos do ensino secundário realizaram hoje o exame nacional de língua portuguesa", a primeira da série de provas, disse o ministro da Educação, Nuno Crato.
Os alunos que não conseguiram realizar o exame nesta segunda-feira poderão fazê-lo no dia 2 de julho, revelou o ministro.
A greve desta segunda-feira foi precedida por uma manifestação, no sábado, que reuniu 50 mil professores em Lisboa, segundo os sindicatos.
As confederações sindicais portuguesas convocaram uma greve geral para 27 de junho.