Milhares de estudantes voltaram a se manifestar nesta quarta-feira pelas ruas de Santiago para pedir uma reforma profunda no sistema educacional, em pleno ano eleitoral.
Ao fim do protesto, como aconteceu outras vezes, manifestantes encapuzados enfrentaram o batalhão de choque da polícia. O confronto terminou com 73 detidos e deixou três policiais e um jornalista do canal de notícias CNN Chile feridos, de acordo com dados divulgados pela Intendência de Santiago.
A manifestação, a segunda em caráter nacional em 2013, transcorreu praticamente de forma pacífica, salvo nesse final, marcado pelos distúrbios entre policiais e alguns encapuzados que incendiaram lixeiras para fazer uma barricada. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os estudantes.
Convocada pela Confederação de Estudantes do Chile (Confech), a manifestação reuniu 30 mil no centro de Santiago, de acordo com a polícia, enquanto que os organizadores falavam de 80 mil pessoas. A multidão caminhou da Universidade de Santiago até o Parque de Los Reyes.
Desde 2011, os estudantes chilenos defendem uma reforma profunda no ensino herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Agora, querem se fazer ouvir em um ano em que os eleitores deverão votar, 17 de novembro, no sucessor de Sebastián Piñera, que viu sua popularidade cair justamente por causa das demandas estudantis.
A mais provável vencedora da eleição, de acordo com todas as pesquisas, é a ex-presidente Michelle Bachelet. Durante seu mandato (2006-2010), Bachelet também enfrentou protestos estudantis, dessa vez de alunos do ensino médio.