ELEIÇÕES 2014

PSDB cortaria 50% dos ministérios no governo, diz Aécio

Mesmo negando a candidatura à presidente, senador disse que os quase 40 ministérios de hoje voltariam aos 21 ou 22 do governo FHC

Da Agência Estado
correiopontocom@rac.com.br
30/09/2013 às 15:25.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:44

Mesmo negando a candidatura à presidente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) já faz propostas para seu possível governo e afirmou, nesta segunda-feira, 30, que num eventual governo do PSDB, trocaria metade dos ministérios atuais por secretaria da desburocratização. Segundo ele, os quase 40 ministérios de hoje voltariam aos 21 ou 22 do governo do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e as pastas restantes virariam essa secretaria extraordinária, com prazo de um ano para fazer as reformas. Segundo Aécio Neves, no primeiro ano do governo seriam tomadas medidas para a simplificação do sistema tributário emergencial, mas não uma reforma tributária. Aécio voltou a fazer várias críticas ao governo do PT, focadas em áreas que o governo de Dilma Rousseff tem priorizado, como educação, inovação e infraestrutura. Ele admitiu que até 2008 medidas foram tomadas para o crescimento, mas, “a partir de 2008 nada foi feito, o governo abandonou as reformas”, disse o senador, durante o Fórum Exame, em São Paulo. “A proposta de educação é muito pouco ousada, de os estudantes alcançarem média 6 em 2021. Ou damos salto na educação, ou vamos ficar a ver navios, como nossos portos tem visto”, afirmou Aécio. O senador propôs ainda a criação de uma agência para inovação no modelo norte-americano, “com investimentos a fundo perdido e uma desburocratização do setor”. Aécio classificou como “incrível e absolutamente fora de propósito” ver a presidente Dilma Rousseff ter ido aos Estados Unidos se reunir com investidores “para dizer que Brasil respeita contratos”. Segundo ele, “respeitar contratos estava na carta ao povo brasileiro, há dez anos”, numa referência ao documento apresentado ainda na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, para tranquilizar o mercado. Para o senador, o “governo mais atrapalha ambiente de negócios do que ajuda” e ainda “demonizou parceria com setor privado; é quase crime de lesa-pátria”, disse. Aécio ampliou ainda as críticas ao próprio PT e disse que “aprendizado do PT nestes últimos anos tem custado muito caro para o Brasil” porque foi criado um ambiente hostil aos investimentos, o que fará com que o País fique apenas à frente da Venezuela no crescimento da economia, segundo ele. “Não é justo assistirmos o mundo andar e ficarmos no final da fila”. Cemitério de obras O senador tucano respondendo a questionamento sobre prioridades para aumentar a produtividade do Brasil, voltou a afirmar que o País é um cemitério de obras inacabadas com sobrepreços inexplicáveis. Aécio usou a transposição do rio São Francisco e a rodovia Transnordestina como exemplos da falta de eficiência do setor público brasileiro. Ele também criticou a burocracia e a falta de inovação. “Nossa disposição é, em doze meses (de governo), apresentar medidas que simplifiquem o ambiente de negócios”, disse quando perguntado no Fórum Exame 2013, em São Paulo, se em um possível governo do PSDB haveria uma reforma tributária logo nos primeiros meses. Outro ponto criticado pelo presidente nacional do PSDB foi a interferência do governo no mercado, tratando, segundo ele, o setor privado como adversário e não como parceiro. Na opinião de Aécio, há um descompromisso entre o que o governo propõe e o que pratica, o que causa insegurança. “Se o governo parar de atrapalhar, vai ser uma mudança quase que estrutural”, disse o possível candidato à Presidência. Aécio defendeu ainda uma maior abertura econômica para investimentos internacionais, criticou o Mercosul e a falta de acordos bilaterais do Brasil.Aécio critica Lula sobre 'critério' para escolhas ao STF O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), provável candidato à sucessão presidencial do ano que vem, criticou nesta segunda-feira, 30, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao colocar em dúvida as indicações do petista durante o tempo em que ocupou o Palácio do Planalto. Segundo o senador, o fato de o ex-presidente ter declarado, em recente entrevista ao Correio Braziliense, que teria mais critério na escolha de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal, é um mau sinal. "Se em uma indicação de um ministro do STF o presidente confessa que não foi criterioso, imagine em seus demais assessores outras áreas do governo", disse Aécio. E continuou: "Lamentavelmente mostra que o PT não foi criterioso como deveria nas suas indicações." Apesar da declaração, Lula disse na mesma entrevista que não se arrepende de nada e que se tivesse que indicar hoje, com as informações que tinha na época, indicaria novamente. Ao falar sobre os ministros do Supremo Tribunal Federal, o falou que julgamento do mensalão deixou uma sensação de impunidade pairando sobre o País. "Quando eu comentei a decisão do Supremo em relação aos embargos infringentes, eu apenas disse que o Supremo está na obrigação de rapidamente colocar fim ao processo", afirmou, dizendo que esta é a mais perversa herança que o PT deixou. Perguntado se o caso do chamado "mensalão mineiro", que envolve correligionários de seu partido, agravava a sensação de impunidade, Aécio preferiu não comentar o caso e disse que não conhece a fundo os detalhes do processo que envolve uma ala do PSDB mineiro. "Deve ser julgado e os culpados devem ser punidos, mas é um caso que eu conheço muito pouco."Aécio critica medidas econômicas pontuais do governoO senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta segunda-feira, 30, no Exame Fórum 2013, em São Paulo, que o governo vem tratando política macroeconômica com instrumentos de microeconomia, em uma referência às medidas pontuais para a economia, como as desonerações. “Quem está fora dos subsídios, está incomodado, mas quem está dentro, também, porque não pode ficar na insegurança das decisões provisórias e do humor da presidente”, disse.O senador defendeu uma desoneração “mais horizontal” e preservando receitas de Estados e municípios. “Os Estados estão virando meros administradores de folha de pagamento. Podem ser feitas desonerações, mas que o governo restitua no ano seguinte, benefícios tirados em saúde, educação”, avaliou.Aécio defendeu a principal bandeira do governo federal, o Bolsa Família, e avaliou que o programa está “integrado à paisagem econômica e social”, mas cobrou transparência e até mesmo propôs medidas para seu aperfeiçoamento. “O Bolsa Família não tem transparência alguma. Eu não sou contra o programa, mas é preciso medidas como a manutenção de benefício para quem começou a trabalhar recentemente por seis meses, ou um plus aos que voltarem a estudar”, concluiu. 

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