O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou neste domingo (16) que Moscou "não viola as regras" internacionais ao fornecer armas ao regime sírio, mas que será diferente se os países do G8 fizerem o mesmo com os rebeldes.
"Não violamos regra alguma e pedimos que todos os nossos sócios ajam da mesma forma", declarou Putin em uma entrevista coletiva à imprensa ao lado do primeiro-ministro britânico, David Cameron, na véspera de uma cúpula do G8 na Irlanda do Norte.
"Acredito que todos chegarão a um acordo quanto ao fato de que não vale a pena apoiar as pessoas que não matam apenas seus inimigos, como também comem seus órgãos em público e diante das câmeras", disse, referindo-se a um vídeo divulgado em maio que mostrava um rebelde sírio extraindo as vísceras de um soldado.
"Querem apoiar essas pessoas com armas? Neste caso, isto não tem praticamente nada a ver com os valores humanitários que a Europa defende há séculos. Em todo caso, a Rússia não pode imaginar isso", acrescentou.
Já David Cameron reiterou que o presidente sírio, Bashar al-Assad, "deve deixar o poder para pôr fim ao pesadelo na Síria".
A União Europeia suspendeu em maio o embargo sobre as vendas de armas para os rebeldes sírios, mas até o momento nenhum país usou desta decisão. Washington anunciou na quinta uma "ajuda militar" aos insurgentes, sem fornecer maiores detalhes.