Cinco pessoas, entre elas uma mulher, foram presas ontem por policiais militares da 5ª Companhia, acusadas de furto qualificado, explosão a caixa eletrônico, formação de quadrilha e porte ilegal de arma. O que chamou a atenção da Polícia Militar, segundo o tenente Buso, foi que após deixar a agência do Banco do Brasil da rua Virgílio da Silva Fagundes, em Santa Teresinha, os criminosos forraram parte da rua com pregos. "Era para furar os pneus das viaturas. Antes de estacioná-las, os policiais tiveram de varrer o asfalto", destacou.O que também foi curioso, segundo o oficial, é que a quadrilha portava um pequeno explosivo com vários pregos que tinham as pontas colocadas em várias direções. "Este costuma ser jogado contra os policiais, pois, conforme explode, vai em cima deles e os pregos vão na mesma velocidade que um projétil de arma de fogo", explicou.Com eles ainda foram apreendidos duas bananas de dinamite - detonadas pelo Gate (Grupo de Ação e Táticas Especiais) - outros explosivos menores, cinco armas de fogo (uma com mira telescópica e silenciador artesanal), dinheiro, toucas ninja, coletes à prova de balas, munições e documentos pessoais.Ainda foram encontradas lanternas, sendo que uma delas é presa à testa da pessoa com um elástico (como fazem os mineradores). De acordo com a PM, como depois da explosão a agência fica sem iluminação, estas lanternas ajudam a clarear o local para que os ladrões possam retirar o dinheiro. Neste caso só conseguiram levar pouco mais de R$ 1.300 em notas de R$ 10 e algumas ficaram chamuscadas. Como foiA explosão a dois caixas eletrônicos, que ficam dentro da agência, aconteceu por volta das 4 horas da madrugada. Alguns minutos antes, segundo a polícia, um veículo foi visto rondando o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Piracicaba e, por diversas vezes, o motorista acionou o farol. "Era uma estratégia dos criminosos para que todas as viaturas pudessem se voltar para o presídio e eles agirem no banco à vontade", disse um policial.Após a explosão, a Central 190 foi acionada e as viaturas da 5ª Companhia, do radiopatrulhamento, seguiram para o local. Ao se aproximarem, populares disseram que os criminosos haviam fugido num carro branco. Cerca de 200 metros dali, os PM's encontraram o Ford Focus em chamas. Surgiram outras pessoas dizendo que viram algumas pessoas deixar o carro, atear fogo e entrar num GM Blazer de cor escura, com insufilm, e que este carro desceu uma rua próxima do Sindicato da Alimentação, ainda em Santa Teresinha. O CercoOs policiais pediram apoio e as duas entradas da Vila Rios foram cercadas. Em seguida começaram a vasculhar as ruas e olhar dentro das casas. Numa residência da rua Dracena, segundo o tenente Buso, eles viram a Blazer. Foram atendidos pela mulher. "Ela abriu o portão e vimos uma arma na mureta. Entramos e fizemos busca, encontrando outras armas e explosivos numa geladeira", contou outro policial.Um dos que foi preso nesta casa falou que havia emprestado a Blazer de um conhecido seu, que mora do outro lado da rua. Os PM's foram até esta casa e encontraram mais objetos, além de prender o rapaz. Em diligências descobriram que um dos presos era o que estava com o carro próximo do CDP. CrimesO delegado Fernando Heitor Gião, do 5º DP, autuou os cinco em flagrante por furto qualificado, explosão, formação de quadrilha e porte ilegal de armas. Por causa da complexidade, o escrivão Devanir, que estava de férias, teve de ser chamado para reforçar o trabalho. Os papéis também foram digitados pelos escrivães Azzini e Nilson.O flagrante, que começou às 8 horas da manhã, durou quase 12 horas. Os quatro homens seriam levados ontem mesmo para o Centro de Detenção Provisória (CDP), que abriu exceção para recebimento de preso fora de hora, a pedido da Delegacia Seccional. A mulher foi levada para uma carceragem feminina.