EM 2012 foram registrados 260 mil contágios em crianças no planeta, 52% a menos que em 2001
O número de contágios por HIV caiu 33% em todo o mundo desde 2001, uma redução ainda mais acentuada entre as crianças, uma baixa de 52%, segundo o relatório anual 2013 do Programa das Nações Unidas para o HIV/Aids (UNAIDS). Em 2012 foram registrados 2,3 milhões de contágios, contra 2,5 milhões em 2011, uma redução global de 33% na comparação com 2001, segundo o documento divulgado em Genebra. A tendência geral também é percebida na América Latina, com 97.000 novos casos registrados em 2001, contra 86.000 em 2012. "O número anual de contágios por HIV continua caindo, com reduções mais importantes no caso das crianças", destaca Michel Sidibe, diretor executivo da UNAIDS. No ano passado foram registrados 260.000 novos contágios em crianças em todo o planeta, 52% a menos que em 2001. O relatório ressalta os esforços para fornecer tratamento antirretroviral às mulheres grávidas soropositivas para evitar a transmissão do HIV aos bebês. Graças a estas políticas, o mundo evitou a infecção de 670.000 crianças, calcula o documento. Na América Latina, quase 15.000 mulheres soropositivas recebem tratamento antirretroviral para evitar a transmissão da infecção aos filhos, o que representa 83% das mulheres grávidas que vivem com HIV nesta região. A probabilidade de uma mulher grávida soropositiva infectar o filho era de 31% em 2009 a nível mundial, mas em 2012 a possibilidade caiu para 9%. A meta em todo o mundo para 2015 é obter uma redução de 90% dos contágios entre as crianças, um objetivo possível, segundo a UNAIDS. No final de 2012, quase 9,7 milhões de pessoas nos países com renda baixa e média tinham acesso aos antirretrovirais, um aumento de 20% na comparação com 2011. O objetivo fixado pela ONU para 2015 é levar o tratamento do HIV a 15 milhões de pessoas nos países de baixa renda. "Não apenas estamos em condições de alcançar este objetivo, mas temos que ir além: ter a visão e compromisso de que não estamos deixando ninguém para trás", afirma o diretor da UNAIDS no documento. Esta meta pode parecer ambiciosa, levando em consideração os recursos financeiros disponíveis. As doações internacionais permanecem estagnadas desde 2008 em consequência da crise econômica, mas a verba destinada ao combate ao HIV nos países mais afetados aumentou nos últimos anos. O total de recursos disponíveis para o HIV em 2012 alcançou 18,9 bilhões de dólares. A ONU espera elevar a quantia a US$ 24 bilhões em 2015. "Se não pagarmos hoje, pagaremos mais tarde, pagaremos para sempre", advertiu Sidibe. Segundo as estimativas da UNAIDS, em 2012 havia 35,3 milhões de pessoas vivendo com o HIV. Desde o início da pandemia de Aids, 75 milhões de pessoas contraíram a infecção. A África subsaariana é a região do mundo com mais infectados pelo HIV, 25 milhões de pessoas, sendo 2,9 milhões crianças, e com o maior número de novas infecções em 2012, 1,6 milhão de pessoas (230.000 crianças), e de mortes relacionadas com a doença, quase 1,2 milhão. Em seguida aparece a região do sudeste asiático, com 3,9 milhões de infectados pelo HIV (200.000 crianças). A América Latina tem 1,5 milhão de infectados (40.000 crianças, enquanto Europa e a América do Norte registram 1,3 milhão de infectados cada. Veja também Mortalidade por Aids no Brasil cai 38,9% em 11 anos Por outro lado, o aumento do número de infectados mundialmente é inferior ao do Brasil: 17,6%