Número de alunos brasileiros em universidades americanas tem crescido anualmente e chegou a 9 mil em 2012
O número de alunos brasileiros em universidades americanas tem crescido anualmente e chegou a 9 mil em 2012. Ainda assim, ficamos em 14.º lugar no ranking dos países que mais enviam estudantes aos Estados Unidos, depois de nações como Nepal e Vietnã. Por trás desses números está o desconhecimento de muitos jovens sobre como funciona a seleção para os cursos no exterior.
Para quem busca uma vaga em instituições de elite, como a Universidade Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a peneira é ainda mais rigorosa. Não bastam ter um histórico escolar invejável e nota alta no SAT (espécie de Enem americano). As faculdades olham também para atividades extracurriculares nas quais o candidato se engaja - e não só as de cunho social. Por exemplo: o aluno ganha pontos se jogou no time de futebol da escola. Se foi o capitão, melhor.
Dicas como essas poderão ser encontradas no novo curso online e gratuito que a Fundação Estudar vai oferecer no segundo semestre. A entidade já tem experiência em treinar jovens para processos seletivos de universidades de ponta. Criado em 2011, o Prep Program contribuiu para a aprovação de 48 brasileiros no exterior. Agora, com o Prep Course Online, a fundação quer massificar as orientações sobre como fazer faculdade fora do País. As inscrições estão abertas no site prep.estudarfora.org.br.
O curso, com duração de três meses, será todo em inglês. “Os alunos vão aprender por meio de vídeos e atividades e interagindo nos fóruns de discussão”, explica a coordenadora do programa, Laila Parada-Worby, de 22 anos, americana recém-formada por Harvard em História e Literatura da América Latina.
Outra opção de curso online tem à frente Gustavo Haddad Braga, de 18 anos, que começou a estudar no ano passado no MIT. Ele também foi aceito por Harvard, Stanford, Yale e Princeton - para ficar só nas americanas. Atualmente cursa Física, Engenharia Elétrica e Ciência da Computação. Na plataforma Easyaula (www.easyaula.com.br), Braga vende por R$ 49 o acesso a seis vídeos de orientações com duração total de duas horas. O estudante também administra com outros brasileiros a página Estudar nos EUA (www.estudarnoseua.com.br), que reúne informações gratuitas.
Quem mora em São Paulo pode contratar uma sessão particular sobre estudos nos EUA na Associação Alumni, que fica na Chácara Santo Antônio, zona sul. Ao custo de R$ 145, o interessado recebe uma consultoria de como funciona a seleção para uma faculdade americana.
Stanford, um sonho de R$ 80 mil
O paulistano Lawrence Lin Murata, de 18 anos, passou na Universidade Stanford, mas ainda não tem dinheiro suficiente para pagar taxas acadêmicas e se manter na Califórnia durante os quatro anos do curso de Ciência da Computação. Ele já confirmou interesse na vaga e agora luta contra o tempo para conseguir levantar R$ 80 mil - as aulas começam no segundo semestre. Murata conta com o apoio da Fundação Estudar, que criou uma plataforma de crowdfunding (financiamento colaborativo) online para ajudar jovens talentos brasileiros a fazer a graduação nos EUA.
Depois do curso, Murata pretende voltar ao Brasil para trabalhar com empreendedorismo e filantropia. “Quero usar a tecnologia para realizar transformações sociais”, afirma o estudante, que, por enquanto, cursa Engenharia de Computação na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
Além de ser um excelente aluno (tirou 2.350 de 2.400 pontos possíveis no SAT, o “vestibular” americano), a trajetória escolar de Murata é recheada de atividades extracurriculares. Ele participou de competições científicas e organizou eventos no Colégio Bandeirantes, onde concluiu o ensino médio no ano passado e recebeu o prêmio de melhor estudante.
Para ajudar os colegas mais fracos, Murata até montou grupos de estudos. “Foi importante para aliviar a atmosfera individualista da competição do vestibular.” Não à toa, o estudante também foi aprovado em outras instituições americanas de elite, como Dartmouth, Yale e a Universidade da Califórnia em Los Angeles.
“Nos EUA, o aluno recebe uma formação mais flexível que no Brasil. Tenho interesse em Economia, por exemplo, e posso conciliar disciplinas dessa área com as de Ciência da Computação.”
Assim como Murata, outros 12 brasileiros passaram em escolas top e precisam de ajuda para estudar lá fora. Para apoiá-los, basta acessar o site prep.estudarfora.org.br e fazer uma doação de qualquer valor. Para cada R$ 1 arrecadado, o Banco BTG Pactual vai doar R$ 0,50 adicional. E para cada mil “curtidas” que a página do aluno receber no Facebook, ele ganhará outros R$ 200.