Os sindicatos ligados à indústria química preveem que 150 mil trabalhadores do setor ocuparão as ruas de diversos Estados para participar do Dia Nacional de Luta, agendado para esta quinta-feira (11). A categoria prevê manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Amazonas, Bahia, Sergipe e Pernambuco, além de outras localidades nas quais os protestos ainda estão em discussão entre os representantes dos trabalhadores.
A indústria química reúne, aproximadamente, 180 mil trabalhadores nos polos espalhados pelo País e mais de 400 mil indiretos. Mais de um terço desses empregados deve estar nas ruas, prevê a recém-eleita coordenadora-geral da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ), Lucineide Varjão.
Na Região Nordeste, as manifestações organizadas pela entidade vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) devem se concentrar nos arredores dos polos, caso, por exemplo, do Polo Industrial de Camaçari, na Bahia. Em Manaus, as mobilizações devem atingir os polos industriais da região. No Sul-Sudeste, o movimento será integrado às paralisações previstas pelos petroleiros, como aguardado, por exemplo, no Paraná e no Rio de Janeiro.
Grande ABC
Em São Paulo, haverá uma mobilização na capital paulista, mas o foco principal dos químicos será na região do Grande ABC. São esperados mais de 5 mil trabalhadores em três atos, em Diadema, São Bernardo do Campo e Mauá. As manifestações terão início antes das 6 horas, quando são realizadas as trocas de turno nas empresas da região. A mobilização na frente de grandes indústrias químicas deve se estender por mais de uma hora, abrangendo também o horário de entrada dos funcionários das áreas administrativas, às 7 horas.
Após esse horário, o destino dos movimentos dependerá do número de manifestantes que aderir às paralisações. A princípio, o Sindicato dos Químicos do ABC prevê que a manifestação marcada para Mauá, próxima à Refinaria de Capuava (Recap), por exemplo, dê origem a uma caminhada em direção ao Rodoanel Mário Covas.
O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, afirma que o movimento, assim como destacado mais cedo pelas entidades dos petroleiros, não prevê prejuízo à produção das companhias. "A indústria química é diferente de outras indústrias porque há riscos de acidente e elas não podem ser interrompidas de uma hora para a outra", disse.
Os pleitos do movimento também são idênticos aos apresentados pelos empregados da indústria de petróleo. Eles pedem, entre outros pontos, o cancelamento do leilão de petróleo da área petrolífera de Libra, a redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário, mais investimentos em Educação e Saúde, o combate à corrupção na política brasileira e a reprovação do Projeto de Lei 4.330, que aborda a terceirização nos serviços público e privado.