O homem checheno que foi morto pelo FBI na quarta-feira, quando era interrogado por supostas ligações com os suspeitos pelos duplos atentados de Boston, não era violento, disse o pai da vítima, em uma entrevista telefônica divulgada nesta quinta-feira. Abdulbaki Todashev disse por telefone ao canal RT que seu filho, Ibragim Todashev, conheceu Tsarnaev quando morava em Boston.
"Ambos simplesmente frequentavam a mesma academia. Enquanto Tsarnaev era boxeador, meu filho era fã de artes marciais".
A família de Todashev foi de Saratov, no centro da Rússia, para Grozny, capital da Chechênia, quando o jovem era estudante. O rapaz havia pedido para aprender inglês nos Estados Unidos.
"Quando chegou lá, ele gostou e perguntou se poderia ficar. Ele tinha uma passagem para voltar à Chechênia neste mês, mas mudou seus planos", acrescentou o pai, que garante que o filho não era uma pessoa violenta e nem um extremista religioso:
"Quando não era provocado, era alguém muito tranquilo e nunca atacaria ninguém. Como todos os chechenos, seguia o Islã, mas não era fanático".
Todashev considera impossível que seu filho tenha participação nos atentados.
"Ele se recuperava de uma cirurgia e estava aprendendo a andar de novo".
O jovem, de 27 anos, foi assassinado pelo FBI com um tiro, logo depois de atacar um agente da polícia federal americana com uma faca. O jovem era interrogado sobre seus possíveis vínculos com Tamerlan Tsarnaev, o mais velho dos irmãos de origem chechena acusados pelo atentado de 15 de abril na linha de chegada da maratona de Boston.
Os policiais faziam perguntas ao rapaz sobre um triplo homicídio nunca esclarecido, que foi cometido em Boston em 2011, informou a imprensa local. De acordo com o FBI, Tsarnaev e Todashev teriam envolvimento no crime. Na época, os corpos foram encontrados decapitados e cobertos com maconha e dinheiro.
Ainda não está claro se Todashev é suspeito de ter participado nos atentados. Um de seus amigos disse ao canal WESH que o FBI se interessou pelo jovem depois dos atentados.
Tsarnaev, de 26 anos, e seu irmão Dzhokhar, de 19 anos, são suspeitos pelo atentado no qual morreram três pessoas e mais de 260 ficaram feridas.
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