O mediador da ONU, Lakhdar Brahimi, pretende abordar nesta terça-feira a questão crucial da transição política, "linha vermelha" para as delegações do regime e a oposição reunidas em Genebra, após o primeiro fracasso que bloqueou na segunda-feira as discussões sobre a Síria."Voltaremos a apresentar a declaração de Genebra (I)", afirmou o emissário da ONU após um dia difícil de negociações, no qual os dois campos adversários interromperam as conversações. A declaração de Genebra I, adotada em junho de 2012 pelas grandes potências, é objeto de polêmica desde o princípio entre partidários e adversários do presidente Bashar al-Assad. A oposição considera que Genebra I é sinônimo de governo de transição e saída de Assad, no poder desde 2000, enquanto o regime considera que abre a porta para um governo de união nacional ampliado e que a eventual saída do presidente deve ser decidida pelos sírios em um processo eleitoral. Reunidos pelo terceiro dia consecutivo na sede da ONU em Genebra, as delegações deveriam abordar na segunda-feira a declaração de Genebra, depois de um fim de semana dedicado, sem o registro de avanços, a questões humanitárias como a situação em Homs e o problema dos milhares de prisioneiros e desaparecidos do conflito. As negociações não avançaram nestes temas. Na segunda-feira, Brahimi teve que suspender rapidamente a sessão matinal ante a recusa das delegações a avançar. A oposição reagiu violentamente quando o regime apresentou um "mapa do trabalho" em cinco pontos, incluindo um pedido aos países que financiam grupos "terroristas" (rebeldes) a suspender o apoio, em referência a Arábia Saudita, Catar e Turquia, principais pontos de apoio à rebelião. Veja também Delegações sírias não abandonarão negociações Horas antes, ambos os lados haviam se acusado mutuamente de causar a interrupção da sessão Negociações políticas sobre a Síria bloqueadas Conferência, chegou a um impasse durante discussão sobre a transferência de poder na Síria Genebra II aborda questões políticas na Síria Há meses esta é a "linha vermelha" das negociações para as delegações do regime e da oposição síria