ECONOMIA

UE aumenta a pressão sobre Espanha e França

Para evitar novos cortes, o governo de Mariano Rajoy negociou com Bruxelas um novo prazo

France Press
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28/05/2013 às 15:32.
Atualizado em 27/04/2022 às 14:20

A Comissão Europeia (CE) prevê nesta quarta-feira, oficialmente, dar mais tempo à Espanha e à França para cumprir suas metas de déficit em troca de que ambos os países executem as reformas que Bruxelas exige "para gerar emprego e reativar o crescimento". "Espanha e França estarão entre os seis países europeus aos quais será dado mais tempo para cumprir a meta de déficit", disse à AFP uma fonte europeia, que pediu anonimato, sobre as recomendações que a CE prevê apresentar nesta quarta-feira.

"A análise global da Comissão Europeia refletirá o problema da competitividade" de alguns países, acrescentou.

Para evitar novos cortes, o governo de Mariano Rajoy negociou com Bruxelas um novo prazo, até 2016, para reduzir seu déficit público abaixo de 3% do PIB, após 6,3% previstos para este ano.

Em troca, a Espanha, quarta economia da zona do euro, deverá "aprofundar, acelerar e cumprir o programa de reformas que apresentou", disse uma fonte europeia, mas, segundo essa fonte, a CE não prevê incluir esse país em uma rodada de sanções por desequilíbrio excessivo.

"A Espanha está fazendo grandes esforços, estamos satisfeitos com o plano de reformas (que o governo de Mariano Rajoy apresentou), mas ainda há um caminho a percorrer, sobretudo, para gerar empregos" em um país que tem mais de 27% da população ativa desempregada e uma queda do PIB prevista de 1,3% para 2013, acrescentou.

Bruxelas deseja que a Espanha "dê destaque à reforma trabalhista e a programas para a criação de emprego entre os mais jovens".

A população mais jovem continua sendo a parcela mais atingida por este problema, com uma taxa de desemprego de 57,22% entre os espanhóis de 16 a 24 anos, contra 55,13% no trimestre anterior, situação que leva muitos jovens, a maioria com diploma universitário, a emigrar em busca de trabalho.

A França, segunda economia da união monetária, também deve acelerar as reformas para reativar o crescimento, depois que o país entrou em recessão no primeiro trimestre deste ano.

"Há coisas que não serão do agrado das autoridades francesas", disse a fonte europeia. Entre elas, Bruxelas prevê exigir do governo de François Hollande "mais medidas de estímulo fiscal para alcançar uma economia verde".

A Comissão quer, sobretudo, que Paris faça mais para reformar seu mercado de trabalho e seu sistema de aposentadorias.

O caso da França é emblemático. Uma queda da segunda economia da zona do euro arrastará ao abismo todos os 17 países do bloco.

A Itália também espera com ansiedade estas recomendações. A CE já prometeu à Itália que suspenderá o processo aberto por seu déficit excessivo, se o país o mantiver abaixo de 3% do PIB e o novo governo pôr em práticas as reformas estruturais.

Segundo as previsões econômicas da primavera da CE, apresentadas nesta sexta-feira, a Itália registrará um déficit público de 2,9% este ano e 2,5% em 2014.

O novo chefe do governo italiano, Enrico Letta, anunciou uma série de medidas para reativar a economia italiana, que registra um endividamento gigantesco (131,4% em 2013 e 132,2% em 2014, segundo as últimas previsões).

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