PIRACICABA

Universitário gasta em média R$800 para se manter

Economia piracicabana fica ainda mais aquecida com a volta às aulas das faculdades

Juliana Franco
juliana.franco@gazetadepiracicaba.com.br
09/02/2014 às 12:32.
Atualizado em 27/04/2022 às 18:56

Com uma movimentação de riqueza no valor de R$ 30,2 milhões por dia, segundo o PIB (Produto Interno Bruto) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia piracicabana fica ainda mais aquecida com a volta às aulas das faculdades e universidades. Ao todo, são 13.727 estudantes apenas nos cursos de graduação na cidade – também segundo o IBGE. Muitos deles de outras cidades e movimentam os setores de comércio e serviços. Em média, cada um desembolsa cerca de R$ 800 por mês.Baseando neste índice, os universitários de Piracicaba representam uma injeção aproximada de R$ 10,9 milhões por mês na economia local – R$ 130 milhões por ano. Estudante do terceiro ano do curso de engenharia agronômica da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo), Felipe Grimaldi Avileis, 19 anos, gasta cerca de R$ 800 por mês com despesas como comida, lazer, compra de materiais, aluguel e as viagens para São Paulo, sua cidade natal.Avileis também é responsável por organizar as contas da república Área 51, onde mora com outros nove estudantes. Entre aluguel, internet, TV a cabo, água, luz, empregada e o pagamento do INSS da funcionária, cada um gasta entre R$ 350 e R$ 450 por mês. “Além disso, mantemos uma caixinha com verba destinada a alguma reforma ou conserto da casa e também a caixinha dos bixos, já que os novos estudantes fazem estágio na república e não pagam nada”, explica o universitário.Fora este dinheiro, Avileis conta que desembolsa cerca de R$ 400 com alimentação, lazer, material escolar e as viagens para São Paulo, a cada 30 dias. “Acredito que o valor está dentro do orçamento, quando o assunto é lazer e alimentação. Já o aluguel é muito caro na cidade, principalmente para estudantes. Falo isto baseado no que amigos de cidades como Botucatu, Jaboticabal e Marília pagam”. ValoresPara o professor do curso de Ciências Econômicas da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Ivens de Oliveira, o valor injetado na economia local é ainda maior do que os R$ 10,9 milhões mensais, já que muitos destes alunos estudam em instituições privadas e, dentro do orçamento, somam as mensalidades. “Além disso, há um alto índice de alunos que trabalham e, consequentemente, consomem mais”, explica.Ainda de acordo com Oliveira, os setores de comércio e serviços são os que mais se beneficiam. “Geralmente, as cidades universitárias têm maior dinâmica nestes segmentos. Os estudantes contribuem, principalmente, na questão do consumo, uma das variáveis que compõem o cálculo do PIB (Produto Interno Bruto). Consequêntemente, o PIB local acaba subindo”.O PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos em um determinado local. O último índice divulgado pelo IBGE, de Piracicaba, é referente a 2011 e mostra que a economia local movimentou R$ 11,56 bilhões na economia brasileira. O valor é 5,82% maior que o registrado em 2010, quando o PIB municipal ficou em R$ 10,92 bilhões.Custo de vidaO economista Ivens de Oliveira conta que o município registrou aumento no custo de vida. Fator impulsionado pelo crescimento populacional dos últimos anos – com a instalação de novos empreendimentos, houve a vinda de pessoas de outras regiões do País – além do aumento da renda e do emprego, fatos que contribuem para o aumento do consumo. “Aliado a isto, há o consumo dos estudantes e, todo crescimento de demanda de consumo causa pressão nos preços de bens e serviços para cima. Quem ganha é a economia local, já que há uma transferência de renda para Piracicaba, pois grande parte dos universitários vivem de mesada dos pais”, finaliza Oliveira. Veja também Preços de material escolar variam até 142%, diz site Uma mesma lancheira vendida por R$ 49,99 em uma loja online pode chegar a R$ 120,90 em outra Escolas públicas devem receber livros até fevereiro Para este ano, há uma novidade no material: os objetos educacionais digitais Especialista alerta sobre peso de mochilas com material Academia Americana de Pediatria defende que peso máximo seja 10% do peso corporal

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