Centenas de estudantes foram às ruas em várias cidades para reivindicar melhorias na Educação
Centenas de estudantes de universidades públicas foram às ruas em várias cidades venezuelanas nesta quarta-feira para reivindicar melhorias orçamentárias para essas instituições, das quais muitas estão em greve por tempo indeterminado.
O presidente Nicolás Maduro classificou as passeatas de "sabotagem" às aulas.
O líder estudantil da Universidade Central da Venezuela (UCV), Juan Requesens, garantiu que os estudantes manterão seus protestos, se o ministro da Educação Superior, Pedro Calzadilla, não aumentar os salários dos funcionários do setor, assim como o orçamento para as universidades.
"Fomos ao ministério, à Assembleia Nacional, fizemos marchas. O que querem? (...) Bloqueamos a cidade", disse Requesens, na conversa com os jornalistas.
Maduro reagiu em pronunciamento no canal oficial, culpando a "direita universitária" de ter "tomado o caminho da sabotagem das aulas". O presidente garantiu que está em andamento uma negociação para atender às reivindicações dos funcionário do setor universitário.
"Há uma mesa de trabalho há três semanas, na qual conversamos sobre todos os temas", afirmou Maduro, que prometeu buscar "os recursos para sustentar essas reivindicações".
Estudantes da UCV e da Universidade Simón Bolívar (USB) participaram nesta quarta de assembleias populares e fecharam uma auto-estrada em Caracas. Os protestos incluem ainda greve de fome de 30 alunos e professores em diferentes cidades do país.
Na UCV, cinco estudantes e um professor universitário foram agredidos por um grupo de homens. Os agressores entraram armados nas instalações da universidade, denunciou o secretário-geral dessa instituição, Amalio Belmonte.
Segundo Requesens, os homens que participaram da agressão fazem parte de grupos ligados ao governo. O jovem garantiu que a ação não reduzirá os protestos. "Se esse governo acredita que, com seus grupos armados, vai amedrontar os estudantes, eles estão enganados", frisou.
As manifestações também tomaram as universidades localizadas nas cidades de Maracaibo (oeste) e Puerto Ordaz (sul), de acordo com o canal de notícias Globovisión.
Nas últimas semanas, várias universidades públicas atenderam à convocação de greve feita pelos sindicatos dos professores e de funcionários universitários, que exigem aumento salarial de mais de 100%.
Um professor universitário na Venezuela ganha por mês entre 2.500 e 7.000 bolívares (entre US$ 396 e US$ 1.100, no câmbio oficial). O salário mínimo no país, em vigor desde 1º de maio, chega a 2.457,02 bolívares (cerca de US$ 390), apenas um pouco abaixo do piso no setor universitário.