GUARULHOS

Veja como foi o 1º dia de julgamento do caso Mércia

Acusado de matar Mércia Nakashima, Mizael chegou ao fórum de Guarulhos pouco depois das 8h

Da Agência Estado
correiopontocom@rac.com.br
01/11/2013 às 13:06.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:13

Confira os principais momentos do julgamento. As informações são do site www.estadao.com.br.Outra forma de acompanhar o julgamento é pelo twitter oficial do Tribunal de Justiça de São Paulo, o @TJSPoficial. 20h30 - Juiz encerra o primeiro dia de julgamento de Mizael Bispo. Foram ouvidas três testemunhas: o irmão de Mércia, Márcio Nakashima, o biólogo Carlos Eduardo de Mattos Bicudo e o engenheiro elétrico Eduardo Amato Tolezani. O julgamento será retomado às 9 horas desta terça-feira.20h23 – O advogado Ivon Ribeiro encerra os questionamentos ao engenheiro, que reafirmou ser impossível Souza estar no Hospital Geral de Guarulhos, como afirma, quando usou o celular na noite do crime.20h14 – Juiz cassa a palavra do promotor Rodrigo Merli, que se exaltou com os questionamentos da defesa ao engenheiro.19h49 – Clima quente no tribunal, com o promotor Rodrigo Merli Antunes acusando o advogado Ivon Ribeiro de má fé, que o mandou se acalmar. O defensor de Souza tenta demonstrar que era possível seu cliente receber ligações dos pontos onde diz que estava no dia do crime.19h – Acaba o expediente no fórum de Guarulhos. Todos os funcionários vão embora, ficam só aqueles que participam do julgamento de Mizael Bispo. A transmissão do julgamento foi interrompida porque a terceira testemunha, o engenheiro elétrico e mestre em telecomunicações Eduardo Amato Tolezani, pediu para não ter a imagem e a voz divulgados. Ele é a terceira e última testemunha do dia.18h36 - A exposição de Eduardo Amato Tolezani, terceira testemunha do dia, está sendo extremamente técnica. O engenheiro fala sobre as probabilidades de Mizael ter passado por determinados pontos de acordo com as ligações do celular.18h02 – No momento, Tolezani mostra os resultados da análise de duas antenas de telefonia celular, nas Ruas Antonio Tava e Santa Margarida, que teriam captado sinais do telefone e do gps de Mizael Bispo de Souza no dia e horário do crime.18h – O engenheiro elétrico e mestre em telecomunicações pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Eduardo Amato Tolezani, não permitiu a divulgação de sua imagem e voz. O depoimento dele, testemunha de acusação, será o último do dia.17h24 - Defesa termina de fazer perguntas ao biólogo e o juiz interrompe a transmissão do julgamento para fazer um intervalo.17h15 – Defesa pergunta se haveria como ter resto de alga se o sapato fosse bem lavado. Biólogo diz que se fosse muito bem lavado não teria o resto no sapat16h50 – No sapato, uma vez pisada, a alga tem pouco tempo de vida, diz o biólogo respondendo a pergunta da acusação. Mantendo o sapato molhado, ela poderia ter mais tempo de vida.16h49 - Defesa começa a fazer as perguntas ao biólogo Carlos Eduardo de Mattos Bicudo.16h40 - Biólogo refuta resultados de exames apresentados em parecer do perito Osvaldo Negrini Neto. 16h29 - O biólogo não aparece diante das câmeras. Ele pediu para ter a imagem preservada.16h20 - Alga avaliada estava morta a pouco tempo, diz biólogo. Ele diz que ela se desenvolve dentro d’água, sempre submersa. Restos de algas que crescem na represa de Nazaré Paulista foram encontradas em sapato usado por Mizael.16h18 – Biólogo diz que recebeu várias lâminas com restos de sedimento para analisar. Ele conta que ele não sabia de onde os sedimentos tinham sido retirados, mas que sabia que se tratava do caso Mércia.   16h13 - A próxima testemunha a falar é o biólogo Carlos Eduardo de Matos Bicudo. A área de especialização dele é algas. 16h12 - Recomeça a sessão.14h55 – Termina o depoimento de Márcio Nakashima, irmão de Márcia, o primeiro a depor no julgamento de Mizael Bispo, no Fórum de Guarulhos, Grande São Paulo. A sessão foi marcada por atritos entre os advogados de defesa de Mizael e a testemunha de acusação. A pedido de Márcio, Mizael retirou-se da sala no início da sessão. 14h44 – O advogado Ivon Ribeiro questiona que haveria uma diferença de versões em relação ao horário no qual um pescador teria visto o carro de Mércia sendo jogado em uma represa em Nazaré Paulista, onde o corpo da vítima foi encontrado.14h43 – O juiz pede que a defesa pare de fazer perguntas repetidas.14h30 – Ivon Ribeiro pergunta se Márcio sabia que, em dez dias, a irmã ligou 248 vezes para Mizael. Perguntou também se Márcio sabia que irmã, uma semana antes de ser morta, esteve com a Mizael em um motel na Rodovia Fernão Dias. “Com essa atitude da doutora Mércia, de ter encontros íntimos com Mizael, poderia haver alguma briga por questão de honorários?”. Márcio acatou ao direito, concedido pelo juiz, de não responder.14h29 – O advogado Ivon Ribeiro pergunta se Márcio pediu para a irmã sair da sua casa por reprovar o seu relacionamento com Mizael. “Não, ela ficava na casa do meu pai”, respondeu Márcio.14h20 – Sobre a disputa de honorários, o advogado Ivon Ribeiro pergunta se Márcio teve acesso a trocas de emails entre Mércia e Mizael Bispo. Márcio disse que não. O advogado diz que Mércia e Mizael tinham uma conta conjunta, e questiona se Márcio acha possível, dadas essas circunstâncias, que realmente houvesse discussão por causa de honorários. “Acho que sim, eles discutiam com frequência”.14h06 – Ivon Ribeiro pergunta por que Mizael era fiador do novo escritório para o qual Mércia se mudou, se ambos estavam com problemas de relacionamento pessoal e profissional. “O Mizael devia dinheiro”, disse Márcio, que também afirmou que não sabia na época que Mizael era fiador do escritório. As perguntas continuam sendo feitas de maneira indireta pelos advogados, por intermédio do juiz.13h58 – O juiz faz as perguntas para Márcio Nakashima em nome do advogado Ivon Ribeiro para que não haja discussões na sessão.13h52 – Após mais um bate-boca entre a defesa de Mizael e Márcio, o juiz Leandro Bittencourt Cano disse que, a partir de agora, vai intermediar as perguntas, que, até então, eram feitas diretamente à testemunha. Márcio pediu para ir ao banheiro. “Não estou tolhendo o senhor de fazer as perguntas. Quero chegar a um bom termo. E pelo que estou observando, e é uma prerrogativa que eu tenho, é melhor o senhor fazer a pergunta para mim e eu faço para o Márcio.” A discussão ocorreu após Ivon Ribeiro perguntar se Mércia havia ligado para Márcio no dia do desaparecimento. O depoimento foi retomado na sequência.13h48 - O advogado Ivon Ribeiro alegou que Márcio deu afirmações diferentes sobre o relacionamento entre Mércia e Mizael. “Hoje o senhor disse que sabia do relaciomento entre os dois.” Durante a indagação, o advogado errou o nome do promotor Rodrigo Merli Antunes, chamando-o de “Merlin”. Ao ser corrigido pelo promotor, respondeu: “Não faço questão de aprender seu nome”. O promotor, então, o interrompeu: “Por isso não aprende o que está no processo. Nem um nome o senhor aprende.”13h43 – O interrogatório de Márcio Nakashima está chegando perto do fim. Agora, ele responderá às perguntas do advogado Ivon Ribeiro. Ribeiro começou sua participação perguntando quando Mizael começou a apresentar um comportamento violento. “Não sei quando passou a ser violento. Tinha um bom relacionamento com ele, no início. Meu problema com ele começou quando ele deixou a arma em cima da mesa na casa da praia.”13h36 – Márcio disse que não tentou afastar Mércia e Mizael, ao responder pergunta do advogado Wagner Garcia, que defende Mizael Bispo de Souza. Na sequência, Garcia perguntou o motivo da separação. “Por ele ser possessivo. Teve situação que ele não quis que a Mércia não conversasse com minha irmã, com minha prima, e isso em festa. Não queria que falasse comigo, porque estávamos brigados”, respondeu Márcio.13h31 – Márcio Nakashima disse que nunca presenciou uma discussão entre Mércia e Mizael por causa de honorários, ao ser questionado pelo advogado Wagner Garcia. “Se tivesse presenciado, talvez isso não tivesse acontecido.”13h25 – O advogado Samir Haddad Júnior perguntou se Márcio tinha certeza de que, quando encontrou Mizael na Represa Atibainha, ele estava armado. O fato foi confirmado pela vítima. Na sequência, o advogado Wagner Garcia perguntou por que o irmão da vítima nunca apresentou fotos do convívio da sua família com Mizael. “Na época, fiquei com tanta raiva que não queria mais saber dessas fotos. Mas esse assunto de que a gente hostilizava o Mizael voltou à tona agora, uma prima minha mandou as fotos que ela tinha.”13h20 - O advogado Samir Haddad Júnior perguntou se Márcio Nakashima perdoaria Mizael caso descobrisse que ele é inocente. “Não tenho dúvida nenhuma que ele matou minha irmã.” O advogado voltou a perguntar, e foi interrompido pelo juiz Leandro Bittencourt Cano. “Testemunhas têm que falar sobre fatos passados, não emitir opiniões pessoais. Quem perdoa é Deus, só. O senhor não é obrigado a responder essa pergunta.” Márcio disse que, embora não tenha dúvida da culpa de Mizael, o perdoaria se comprovassem que ele não foi o assassino. “Ele matou minha irmã e você quer que eu seja amigo dele?”, questionou a testemunha.13h12 – O delegado Samir Haddad Júnior assumiu o interrogatório de Márcio Nakashima. Pediu desculpas por uma discussão que tiveram no passado e perguntou se Márcio tinha provas de que Mizael tinha influência no 190. “Queria só que você não distorcesse as coisas. O que eu disse é que os policiais falavam para o Mizael o que estava acontecendo depois de a informação cair no 190.”13h05 – A transmissão do julgamento voltou com os ânimos acalmados. Márcio responde ao assistente de acusação Alexandre de Sá Domingues sobre sua atuação política. Atualmente, o contador é assessor da Câmara Municipal de Guarulhos, onde trabalha como secretário de Finanças. O juiz lembrou à testemunha que não precisava responder, pois a pergunta, aparentemente, não tem a ver com o caso. Domingues pretende fazer a relação com a candidatura de Mizael, que já tentou ser vereador.13h10 – A suspeita de que os advogados de Mizael atentaram contra a honra de Mércia tirou do sério o irmão dela, o que obrigou o juiz a interromper o júri e a transmissão pela TV por cerca de dez minutos. “Imagino a dificuldade que é o senhor estar aqui hoje, sei o seu sofrimento. Agora não adianta nada o senhor vir aqui e tentar denegrir a imagem de quem quer que seja. Preste o seu depoimento e os jurados irão determinar o que deverá ser feito”, disse o juiz Leandro Cano. “Respira, toma uma água e quando falar para mim ‘estou apto’, retomo a audiência”, recomendou o juiz, que também o advertiu. “Se continuar, serei obrigado a interromper o seu depoimento.”Durante esse período, o assistente de acusação conversou com Márcio e tentou acalmá-lo.13h02 – O juiz Leandro Bittencourt Cano pediu para que as câmeras fossem desligadas após um bate-boca entre Márcio Nakashima e os advogados de Mizael. Márcio respondia a uma insinuação de Ivon Ribeiro, de que um colchonete foi encontrado no carro de Mércia. “Ele está colocando em dúvida a honra de minha irmão. O colchonete estava lá porque tínhamos ido para a casa no interior”, disse Márcio. “Quero ir embora”, pediu ele ao juiz Cano. “Esse advogado está levantando histórias”, disse. “Então me processe”, respondeu o advogado Ribeiro. “É o que vou fazer”, argumentou Márcio. Os ânimos se exaltaram e o juiz pediu a suspensão das imagens.13h – Depois de um bate-boca entre Márcio Nakashima e os defensores de Mizael Bispo, a transmissão da sessão pela TV foi interrompida.12h55 – Márcio Nakashima está, agora, respondendo às perguntas do advogado Alexandre de Sá Domingues. A testemunha voltou a dizer que a partilha de honorários foi o motivo da separação profissional do casal. Ao ser perguntando por que ajudou nas investigações, emocionou-se: “As pessoas me param na rua e falam: ‘Você é um heroi’. Meu caso foi pra mídia. Mas conheço vários pais, irmãos que estão procurando até hoje. Estão há cinco anos sem perder as esperanças”.12h42 – Mércia era a mais regrada dos três irmãos, segundo Márcio. “A gente até brincava com ela. Você é muito chata. Desse jeito, vai morrer e não vai aproveitar a vida. E foi o que aconteceu”, disse Márcio, que, durante a declaração, voltou a chorar. O contador lembra que, após a discussão que ele teve com Mizael, por causa de uma arma deixada na mesa da sala, Mércia deixou de contar coisas do relacionamento para o irmão.12h36 – O contador Márcio Nakashima, irmão de Mércia, conta que o pescador que ajudou a encontrar o corpo, na verdade, é um mecânico, que estava na represa com uma amante. “Ele não estava pescando. Estava lá com uma amante. E falou que não podia aparecer”, disse Márcio. A família da vítima teve que convencê-lo a prestar depoimento, sob condição de anonimato. O promotor Rodrigo Merli Antunes disse que não tem mais perguntas a Márcio e passou a palavra ao assistente de acusação, o advogado Alexandre de Sá Domingues, contratado pela família de Mércia.12h20 – O corpo de Mércia Nakashima foi encontrado graças a um pescador. O homem viu o carro sendo jogado na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, na noite do crime, mas, como achou que se tratava de uma fraude no seguro, não contou pra ninguém. Um dia, ele falou sobre a história para um barbeiro, que conhecia a avó de Mércia. Foi aí que a família decidiu procurar o corpo na represa. Em depoimento, Márcio disse que, na verdade, a testemunha não é um pescador, mas não terminou a história porque o juiz decidiu fazer um intervalo.12h12 – Juiz faz pausa de cinco minutos para os jurados irem ao banheiro.12h11 – Mizael conhecia a região da represa de Nazaré Paulista, onde o corpo de Mércia Nakashima foi encontrado, disse Márcio. “Ele tem um amigo que tem um matadouro no lugar onde ela foi assassinada. A Mércia chegou a ir com ele nesse matadouro. Ela ficou tão chocada que ficou uns três meses sem comer carne”, disse a testemunha. Márcio diz, ainda, que Evandro (apontado como cúmplice do caso, pois teria sido responsável por buscar Mizael na represa) tem família que vive próximo ao local do crime.12h04 – Márcio afirmou, durante o depoimento, que se sentiu ameaçado por Mizael e familiares dele “várias vezes”. Disse que quando procurou o ex-policial logo após o desaparecimento foi perseguido por Mizael e seu irmão. “Estava na rua dele para ver se o encontrava. Tivemos que sair de lá fugidos.” Enquanto Mizael estava desaparecido, Márcio diz que seu tio foi agredido na feira onde trabalha. “Viraram a barraca dele, quebraram ovos e não levaram um centavo. Achei isso muito estranho”, disse. Sobre o relacionamento com Mércia, o contador disse que Mizael “falava que se sentia humilhado pela Mércia. Para ele qualquer coisa era motivo de briga.”12h03 – Os advogados de Mizael discordam constantemente das declarações de Márcio, que já chorou quatro vezes. Os jurados demonstram cansaço durante o depoimento.11h56 – “A Mércia gostava do Mizael. O que afastou foi a postura dele. Ele se tornou sujeito possessivo, ciumento”, disse Márcio, ao ser perguntado se sabia que, embora estivessem separados, os dois continuassem se encontrando. “No começo, quando tinha festa, ele interagia. Depois, ele escolhia um canto e queria que ela ficasse com ele”, disse. Márcio disse que o relacionamento entre seu pai e Mizael era bom: “Meu pai tentou aconselhar, ‘continua sua vida, você é novo; ela é nova.’”11h51 – A família de Mércia procurou pistas sobre o seu paradeiro na caixa de emails da vítima. Em uma das mensagens, Mizael diz que Mércia vai ter “encontro com Deus”, segundo Márcio, que ainda está sendo ouvido. “Ele falou que estava sendo humilhado, mas não me lembro de muita coisa. Preferi não ir atrás disso.”11h50 – “É correto afirmar que única relação conflituosa que ela tinha era com Mizael“, perguntou o promotor Rodrigo Merli Antunes. “Sim, é correto. A Mércia era a pessoa mais pacata, não tinha nenhum inimigo”, disse Márcio. Segundo ele, a vítima não falou sobre nenhuma ameaça ou briga no último ano antes do desaparecimento.11h46 - Márcio diz que, ao longo das investigações, chegou a criticar o delegado Antônio de Olim, responsável pelo caso. “Cheguei a discutir com o Olim, porque ele começou a tratar Mércia como morta. E isso me incomodou muito. Eu tinha absoluta certeza que ia encontrá-la viva.”11h41 – O promotor Rodrigo Merli Antunes perguntou a Márcio se a família de Mércia colocou a culpa sobre Mizael logo no início. A testemunha respondeu que não, mas que achou estranho o fato de Mizael ter o boletim de ocorrência antes que eles. “Não colocamos ele como suspeito. Era um BO de desaparecimento, não constava o nome de ningém.” Márcio diz que a família recebeu vários telefonemas com pistas de onde a vítima poderia estar e que todas foram checadas. Com a pergunta, o promotor tenta derrubar um dos principais argumentos da defesa, de que a polícia não explorou todas as possibilidades e focou os trabalhos em torno de Mizael.11h36 - Márcio diz que sua família procurou Mizael quando notou o desaparecimento de Mércia, mas, segundo ele, o ex-policial não quis ajudar. Ele chegou a dizer que não estava no escritório para não atender o tio da vítima. “Ele não quis ajudar. “Vimos ele retirando cartazes de desaparecido. Chegou a brigar com pessoas que deixaram colocar. Até então, achava que ele tinha raiva dela. Não achava que ele tinha feito isso.” Márcio afirmou que até 11 de junho, quando o corpo foi encontrado, ele achou que acharia a irmã viva, que ela tinha sido vítima de um sequestro.11h34 – Irmão de Mércia, Márcio Nakashima relata que ouviu da outra irmã, Cláudia, que Mércia chegou a ser agredida pelo ex-namorado, “Depois que a Mércia morreu, ela (Cláudia) me contou que um dia viu a Mércia chateada, chorando muito. Ela disse que tinha manchas roxas no braço e que ela reclamava de dores na barriga. Mas a Mércia não quis admitir que tinha sido agredida”, disse a testemunha. “A Cláudia se culpa até hoje (por ter apresentado os dois). Está em desespero total, chorando muito.”11h31 – “Ele chegou a retirar os cartazes que colocávamos procurando por Mércia”, disse o irmão de Mércia Nakashima, Márcio Nakashima. “Achei aquilo estranho”.11h31 – “Eu tinha plena convicção que ia achar a Mércia viva, até o dia em que encontrei a Mércia morta”.11h29 – Bastante emocionado, Márcio se exalta durante o depoimento: “Não me conformo com a safadeza, a cara de pau desses advogados (por dizerem que o Mizael era hostilizado).” O advogado Samir Haddad Júnior protestou e pediu para o juiz alertar a testemunha que deve se ater às perguntas do promotor. O juiz Leandro Bittencourt Cano concordou com o defensor. “Atenha-se às perguntas, sem ofender ninguém. Entendo sua dor, mas vamos aguardar a decisão dos jurados”, disse.11h22 – Márcio voltou a se emocionar quando foi perguntado sobre a última vez que viu sua irmã, num almoço de família no dia 23 de maio de 2010. “Ficamos o resto da tarde lá. Meu filho queria ver um jogo do São Paulo. E ela detestava futebol. Ela falou que ia embora.” Chorando, Márcio disse que a irmã saiu da casa no início da noite. No período, o contador disse que, no fim do almoço ela recebeu um telefonema do Mizael. “Sei que era ele porque ela não quis atender”, afirmou. E ninguém mais teria telefonado naquela tarde. “Ele é um sujeito muito mal educado, muito arrogante”11h18 – Márcio relata que, após o término do namoro, Mizael fazia telefonemas constantes para Mércia, o que fez com que ela até trocasse de telefone. Quando não achava a advogada por telefone, o ex-policial ia atrás dela em casa. Mas, na segunda-feira, 24 de maio de 2010, dia seguinte ao desaparecimento, ele parou de rondar o prédio da ex-namorada. “Ele ficava indo atrás dela. Ficava rondando. Teve uma oportunidade que ela até proibiu a entrada dele (no apartamento)”. No dia seguinte ao desaparecimento, o pai de Márcio foi procurar Mizael. “Ele disse que não a via fazia dois meses”, afirmou Márcio.11h12 – O promotor Rodrigo Merli Antunes perguntou a Cláudio qual foi o motivo do fim do relacionamento. Márcio disse que sabia que a sociedade no escritório de advocacia ia mal, porque Mizael não estaria repassando os honorários como Mércia queria. “Quando separou o escritório, a Mércia se afastou um pouco. E o Mizael não gostou. Ele ligava e quando não a encontrava, ia atrás dela.” Em um dos casos, Mizael ameaçou a ex-namorada de morte, segundo Márcio. Por causa disso, a advogada pediu ao irmão que queria fechar o escritório. “Quem me contou sobre a ameaça foi o pessoal do prédio. Eles disseram que ele não era um bom sujeito”.11h06 – Márcio Nakashima conta, no júri, que a família acolheu Mizael, quando foi apresentado por Mércia como seu namorado. “Jogava bola com ele, frequentava a minha casa, a casa dos meus avós, minha casa na praia. A Mércia fez um aniversário pra ele na casa da minha vó porque ele disse que nunca tinha tido um aniversário na vida. Ele diz que foi hostilizado pela minha família, mas ele não levou nenhum parente nesse aniversário” O contador lembra que, uma vez, discutiu com Mizael na casa da praia porque o réu havia deixado o revólver em cima da mesa da sala. “Meu filho e meu sobrinho pequeno estavam lá. Pedi para ele ir embora da minha casa nesse dia. E isso foi no segundo ano de relacionamento. E desse dia passei a não gostar de Mizael.” Mesmo após o episódio, o ex-policial continuou frequentando a casa da família Nakashima. “Era ele no canto dele e ele no meu canto.”11h01 – Márcio Nakashima contou que sua outra irmã, Cláudia, que também é advogada, apresentou Mizael e Mércia. Relatou que, quando os dois resolveram ser sócios em um escritório de advocacia, ele ajudou a comprar os móveis da nova sala comercial. “Quando ela se formou, foi o primeiro escritório dela.” Márcio se emocionou ao falar que, na época, o pai trabalhava no Japão e ele cuidava das duas irmãs. “Eu incentivei ela. Não sabia que ia dar nisso”, disse, enxugando as lágrimas.10h54 – O promotor Rodrigo Merli Antunes perguntou a Márcio como foi o envolvimento entre Mércia e Mizael. Márcio respondeu que, no início o relacionamento era normal. Ele chegou a afirmar que Mizael a matou. “A Mércia parecia muito feliz no início, mas depois foi mudando. Ele é um sujeito muito ciumento. Nos últimos tempos, pouco antes de ele matar a Mércia, ele ficava cercando a Mércia”, afirmou. No meio do depoimento, falou que a irmã foi agredida e que o relacionamento durou cerca de quatro anos.10h55 – Márcio Nakashima, testemunha de acusação, é o primeiro a depor.10h52 – O juiz Leandro Bittencourt Cano afirmou que a vontade de Márcio Nakashima, de não se encontrar com Mizael, deve ser respeitada, “do contrário, a verdade real pode estar comprometida”. Ele lembrou que os advogados de Mizael poderão interromper os trabalhos e sair da sala para conversar com o réu. Na sequência, a testemunha será chamada para a oitiva. Mizael já havia deixado a sala. O advogado Samir Haddad afirmou “Mizael não tinha nenhuma intenção de constrager a testemunha (ao ficar na sala. Era só para nos orietar sobre coisas da relação entre ele e vítima.”10h50 – Antes mesmo da decisão do juiz sobre a permanência de Mizael na sala durante o depoimento do Márcio Nakashima, irmão da vítima, Mizael deixou o local, acompanhado por policiais militares.10h42 – O contador Márcio Nakashima, irmão da vítima, será a primeira testemunha a ser ouvida. Ele pediu ao juiz Leandro Bittencourt Cano que Mizael fique fora da sala durante seu depoimento. Em entrevista ao Estado, Márcio já havia declarado que não queria se encontrar com Mizael novamente. Ao saber disso, o advogado Samir Haddad Júnior pediu ao juiz que seu cliente permaneça na sala, já que, além de ser réu, é também seu próprio advogado. O promotor Rodrigo Merli Antunes afirmou que é um direito da testemunha pedir a saída do réu durante a oitiva e que não haverá prejuízo ao réu, pois estará representado por três advogados.10h36 – As sete pessoas que vão decidir se Mizael é culpado ou inocente já foram escolhidas: são 5 mulheres e 2 homens. Durante o sorteio, a defesa recusou três mulheres. Os advogados consultaram Mizael antes de falar se aceitavam ou não a pessoa sorteada. Ministério Público e assistente de acusação não apresentaram nenhuma recusa. Os nomes dos jurados não serão divulgados.10h32 – Veja galeria de fotos do caso10h23 – Antes de iniciar o sorteio dos jurados, o juiz Leandro Bittencourt Cano se dirigiu diretamente às 19 pessoas que podem ser escolhidas para formar o conselho de sentença, que tem sete jurados. “Deixem a comoção social de lado. Vocês devem condenar ou absolver o réu porque as provas dizem isso, e não porque a mídia ou a opinião pública estão dizendo isso”, disse. “O tribunal do júri é um local onde pessoas do povo vão decidir o direito de liberdade de uma pessoa. Só que, para essa pessoa estar aqui hoje, um outro direito foi violado, o direito à vida. Por isso, o júri desperta tantas emoções.”10h20 – O julgamento de Mizael Bispo de Souza começou com um pronunciamento do juiz Leandro Bittencourt Cano, da Vara do Júri de Guarulhos, na Grande São Paulo, sobre a transmissão ao vivo. “Este julgamento trará maior transparência ao público”, disse o juiz. “Este caso tomou uma repercussão monstruosa na imprensa, desde 2010. E meu maior temor era de que isso influenciasse os jurados. Mas tenho certeza que temos 19 jurados isentos”, afirmou Cano, que disse já ter presidido 1.500 júris. Em breve, serão sorteados os sete jurados. Durante o sorteio, acusação e defesa podem rejeitar três jurados cada um.10h18 – Maior parte das testemunhas do caso é perita ou policial10h05 - Começa o julgamento de Mizael Bispo. Como se declarou um dos advogados, ele está de terno e gravata, e não com o uniforme de presidiário. Como um defensor de si próprio, Mizael poderá intervir e fazer perguntas no decorrer do júri.9h27 – Dois grupos, um contra e outro pró Mizael Bispo, protestam em frente ao Fórum de Guarulhos. De um lado, estão cerca de 20 mulheres integrantes da organização “Marcha Mundial das Mulheres”, que trazem camisetas com a seguinte mensagem: “O feminismo nunca matou ninguém, o machismo mata todo dia”. Uma das líderes do grupo é Cássia Gomes, de 43 anos, contabilista. “Estamos acompanhando esse caso desde o início. É um problema social que precisa ser resolvido com políticas públicas para as mulheres”, defendeu. ”Apesar da lei Maria da Penha, ainda não há equipamento de atendimento às mulheres em quantidade suficiente. Aqui em Guarulhos são 1,3 milhão de pessoas e temos apenas uma delegacia da mulher.”Já a pintora automobilística Cármen Lúcia Ferreira, de 42 anos, foi ao Fórum de Guarulhos nesta manhã para prestar sua solidariedade a Mizael. Ela segurava uma faixa dizendo “Mizael é inocente” e não acredita que possa ter cometido o crime pelo qual é acusado. “Conheço Mizael e a família dele há 18 anos. Jamis ele faria isso, porque amava a mulher. Não só acredito como tenho certeza da inocência dele. São duas famílias sofrendo muito. Eu tenho três filhos e jamais viria até aqui se não tivesse certeza da inocência dele.”9h15 – “Ele próprio poderia fazer a sua defesa”, disse o advogado de Mizael Bispo, Samir Haddad Júnior. Mizael Bispo é advogado e possui registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).9h10 - Saiba quais são os personagens do julgamento:A VÍTIMAMércia Mikie Nakashima nasceu em 6 de outubro de 1981 em Guarulhos, na Grande São Paulo. Formada em Direito, namorou com Mizael por quase 4 anos. Os dois foram sócios em um escritório de advocacia. O casal havia terminado o relacionamento em setembro de 2009OS RÉUSMizael Bispo de Souza, ex-policial militar e advogado, nascido em 5 de março de 1970, em Paratinga, Bahia. Está preso no Presídio Romão Gomes desde 25 de fevereiro do ano passado, quando se entregou. Foi denunciado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e por ocultação de cadáverEvandro Bezerra da Silva, vigia, nascido em 24 de setembro de 1971, em Olho d’Água das Flores, Alagoas. Será julgado em 29 de julho. Foi denunciado por homicídio duplamente qualificado (com emprego de meio insidioso ou cruel e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima) e ocultação de cadáverO PROMOTORRodrigo Merli Antunes, promotor de Justiça do Tribunal de Júri de Guarulhos. Entrou para o Ministério Público em 2003. Atuou em Limeira, Eldorado Paulista e Paulínia. Está no Tribunal do Júri de Guarulhos desde 2010O ADVOGADOSamir Haddad Júnior, advogado de Mizael. Durante o processo, chegou a declarar que tem 200% de certeza de que seu cliente é inocente. É filho do ex-subprocurador Geral da República Samir Haddad, que se aposentou em agosto de 2008O caso:O advogado e ex-policial militar Mizael Bispo de Souza, de 43 anos, começa a ser julgado hoje em Guarulhos, Grande São Paulo, pela morte da sua ex-namorada, Mércia Mikie Nakashima. Será a primeira vez no País que um júri será transmitido ao vivo por emissoras de rádio, TV e internet.Ao longo dos próximos dias, acusação e defesa tentarão convencer os sete jurados de que o réu é culpado ou inocente. Enquanto a promotoria o considera "frio" e "psicopata", a defesa o classifica como "um príncipe", de "hábitos muito nobres". Mércia e Mizael foram sócios em um escritório de advocacia e namoraram por quatro anos até setembro de 2009. A advogada foi vista pela última vez na tarde de 23 de maio de 2010 na casa da avó. Em 10 de junho, o carro dela foi achado na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista. No dia seguinte, o corpo foi localizado. O promotor Rodrigo Merli Antunes diz que o conjunto de provas lhe dá convicção de que Mizael cometeu o crime. Para o advogado Samir Haddad Júnior, as provas são frágeis e Mizael é "incapaz de matar alguém".Um celular que, no início das investigações, o réu negou possuir é um dos principais trunfos da acusação. O ex-policial usou este número para falar 19 vezes com o vigia Evandro Bezerra da Silva, de 42 anos, apontado como cúmplice, no dia do crime. A análise da localização das chamadas mostra que, naquele dia, Mizael esteve perto da casa da ex-namorada, no bairro Macedo; da residência da avó dela, no Bela Vista; do Hospital Geral de Guarulhos, onde teria encontrado Mércia; e de Nazaré Paulista.A perícia do sapato que o ex-policial alega ter usado naquela noite encontrou vestígios de pólvora, sangue, massa óssea e alga. Os peritos concluíram que a alga também pode ser encontrada a uma profundidade de 20 centímetros da represa Atibainha. A profundidade seria alcançada por alguém que teve que entrar na água para empurrar um carro, segundo a promotoria. Por fim, o relatório do GPS do veículo de Mizael mostrou que ele ficou estacionado no Hospital Geral de Guarulhos entre 18h37 e 22h12. A defesa alega que o aparelho era defeituoso e que Mizael estava em casa, no bairro Bonsucesso, às 21h21, quando recebeu um telefonema de sua filha. O promotor diz que esse telefonema foi atendido quando o réu voltava de Nazaré.Na opinião de Antunes, Mércia e Mizael se encontraram no hospital às 19h e seguiram, no carro dela, para a represa. Ao chegar ao local, às 20h, Mizael atirou em Mércia, acertando seu maxilar. Depois, saiu do veículo e o empurrou para a água. Entre 20h e 20h30, Evandro o buscou e o levou de volta para o hospital. Já Haddad Júnior tentará provar que a polícia não explorou todas as possibilidades na investigação. A defesa sustenta que o ex-policial ficou parado no hospital, pois teve um encontro com uma prostituta. Preso desde 24 de fevereiro do ano passado, Mizael escreveu um livro com sua versão para o caso que pretende entregar aos jurados. Nele, reafirma sua inocência e se considera alvo de uma perseguição policial. Sete das 11 testemunhas que devem participar do júri são peritos ou policiais. O botânico Carlos Eduardo Bicudo, por exemplo, foi chamado pela promotoria para falar sobre a alga encontrada no sapato de Mizael - e que é comum na represa onde o corpo da vítima foi encontrado.Completam a lista o delegado Antônio de Olim, responsável pelas investigações, o engenheiro de telecomunicações Eduardo Amato, o irmão da vítima, Márcio Nakashima, e um advogado que acompanhou os depoimentos.O perito Hélio Ramacciotti, que cronometrou o trajeto entre a represa e o Hospital Geral de Guarulhos, é testemunha do juízo. A defesa chamou o investigador Alexandre Simoni, responsável pela análise dos celulares dos acusados e da vítima, o perito Renato Patolli, que assinou o laudo, e mais três pessoas: um físico especializado em áudio e vídeo, um ex-perito do IC e uma amiga de Mizael. 

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