Durou menos de 15 minutos, a primeira reunião da comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo que vai investigar as planilhas do transporte público na capital paulista. A próxima reunião, que foi marcada para terça-feira (2), irá definir a vice-presidência da comissão, a relatoria e o calendário de atividades.
O presidente da CPI, vereador Paulo Fiorilo (PT), disse que a aprovação da próxima reunião para o período do recesso abre possibilidade para que novas reuniões sejam marcadas para julho.
O presidente explicou que a sessão de instalação não avançou na definição de calendário porque ainda não foi escolhido o relator. “Sem a definição de relatoria, é difícil definir cronograma de trabalho. A CPI foi aprovada ontem, os partidos só tiveram tempo de indicar nomes. Hoje, é impossível construir definições”, explicou. Ele espera que a definição do nome do relator seja feita de forma consensual.
Para o vereador Eduardo Tuma (PSDB), a relatoria deveria ser assumida por ele, para dar mais equilíbrio ao andamento dos trabalhos. “Uma CPI que tem sido chamada de chapa branca, a única forma de desmistificar essa questão é ter a presidência do PT e a relatoria do único vereador de oposição [que integra a comissão]”, apontou.
Com a CPI, Fiorilo espera avançar na compreensão das planilhas dos transportes, tendo em vista que, embora elas já sejam enviadas mensalmente à Câmara, não há clareza nas informações contidas. “As planilhas são enviadas, mas a grande reclamação é que elas são hermeticamente fechadas. Se elas são ou não, nós queremos entendê-las, por isso vamos fazer grande trabalho de entendimento. Se a sociedade sair daqui com as dúvidas esclarecidas, não tem mais caixa-preta”, apontou. Ele informou que os relatórios e documentos analisados serão disponibilizados no site da Câmara.
Também não foram definidos os nomes que serão convocados e os documentos que serão requisitados na primeira fase dos trabalhos. “Somente terça-feira saberemos quais são os passos e requerimentos”, disse Fiorilo. A CPI tem prazo de funcionamento de 120 dias.
A reunião foi acompanhada por cinco membros do grupo Coalização Estudantil. “Estaremos em todas as reuniões da CPI. A gente entende que é preciso saber exatamente quanto custa o transporte público e assim analisar o que é possível fazer em termos de tarifa”, explicou o estudante de direto da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Victor Pessoa, 22 anos. Ele informou que o grupo, formado este mês, reúne pelo menos 70 entidades estudantis com o objetivo de discutir e consolidar as pautas que surgiram nas manifestações de rua.