AMEAÇA NUCLEAR

Washington e Seul adotam plano de dissuasão

O acordo pretende proporcionar a Coreia do Sul uma dissuasão "confiável, eficaz e duradoura"

France Press
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02/10/2013 às 13:53.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:42

Estados Unidos e Coreia do Sul adotaram nesta quarta-feira (2) um plano de dissuasão ante a ameaça nuclear representada pela Coreia do Norte. A conclusão do plano foi anunciada no último dia da visita a Seul do secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, que insistiu que Washington está decidido a preservar a segurança do aliado sul-coreano. O acordo estabelece um "marco estratégico" entre os dois aliados para responder a diversos "cenários de ameaças nucleares norte-coreanas" em tempos de paz ou guerra, afirmam os dois países em um comunicado conjunto. Os signatários não divulgaram detalhes das medidas previstas no acordo, o que pode provocar a irritação de Pyongyang, que na terça-feira voltou a criticar na ONU a "arrogância" e a "política hostil" de Washington e o "enfoque conflituoso" do Sul. "O que a República da Coreia obtém é uma compreensão melhor e uma nova garantia da fidelidade de nossos compromissos", afirmou uma fonte americana que pediu anonimato. O acordo pretende proporcionar a Coreia do Sul uma dissuasão "confiável, eficaz e duradoura", afirmou o secretário americano de Defesa em uma entrevista coletiva conjunta com o colega sul-coreano Kim Kwan-jin. "A dissuasão é o núcleo da aliança com Seul", destacou Hagel. O plano contempla não apenas a ameaça nuclear, mas todas as armas de destruição em massa do Norte, sobretudo as armas químicas. A Coreia do Norte poderia dispor de quase 5.000 toneladas de armas químicas, cinco vezes mais que a Síria, segundo fontes sul-coreanas. "O uso de armas químicas pela Coreia do Norte seria totalmente inaceitável", advertiu Hagel. Proteção do sul Washington insistiu no compromisso de manter o atual nível de presença militar, 28.500 homens, na Coreia do Sul e de "recorrer a todos os meios militares", inclusive nucleares, para proteger Seul. Os dois países decidiram "prosseguir as consultas sobre a transição" do controle operacional do exército sul-coreano em tempo de guerra, afirmou o ministro Kim Kwan-jin. Este controle operacional prevê que o general americano que dirige as forças americanas presentes na Coreia (USFK) assuma o comando dos 640.000 soldados do exército sul-coreano em caso de guerra com o Norte. O comando em tempos de paz foi entregue às autoridades da Coreia do Sul em 1994 e o controle em tempos de guerra deve ser transferido ao exército sul-coreano em dezembro de 2015. No entanto, a última crise com a Coreia do Norte fez com que o Sul solicitasse um adiamento, depois do realizado em 2010 quando um submarino norte-coreano afundou uma corveta sul-coreana. O presidente Barack Obama pediu que se respeite o calendário. O ministro sul-coreano considera que a ameaça que supõe Pyongyang é "infinitamente diferente" e crescente depois do terceiro teste nuclear de fevereiro passado e o desenvolvimento de suas capacidades no âmbito dos mísseis balísticos. Washington deseja respeita a data de 2015, mas Hagel reconheceu nesta quarta-feira que a transferência se fará em função da situação, tanto da península quanto dos meios militares sul-coreanos.

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