(Divulgação)
É de conhecimento de muitos que a Páscoa é uma celebração religiosa cristã em memória à crucificação de Jesus Cristo e a sua ressureição ao terceiro dia, conforme o Novo Testamento.
O que muitas pessoas não sabem é que a Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica Pessach pela data, pois de acordo com a Bíblia, a Última ceia era originalmente uma jantar de Páscoa judaica, além dos simbolismos centrais de ambas as celebrações.
Pessach é também conhecida como a festa da libertação. As famílias judaicas costumam celebrar essa data todos os anos com uma bela ceia, com comidas e ensinamentos, seguindo a tradição passada de geração em geração. Pessach significa passar por cima ou travessia, em comemoração à libertação dos hebreus da escravidão do Egito, após as dez pragas, sendo a última delas a morte dos primogênitos egípcios. Após esta praga, o faraó que perdeu o seu primeiro filho, assustado, permitiu a saída dos hebreus de suas terras, iniciando o êxodo.
Com o surgimento do cristianismo, a celebração de Pessach foi ressignificada e foi dado um novo sentido à celebração em homenagem ao sacrifício de Jesus. Assim, os judeus celebram a libertação da escravidão do Egito, e os cristãos, a crucificação e ressurreição de Jesus, eventos chamados pelos últimos como Paixão de Cristo.
Independentemente da religião ou da fé de cada um, ambas as datas trazem reflexões muito importantes: renascimento e liberdade.
Sempre houve tempos difíceis, mas ultimamente acontecimentos como a pandemia, a guerra, o aumento das violências nas mais variadas formas, têm levado ao desgaste físico e emocional da grande maioria das pessoas. Precisamos renascer e nos reinventar! Precisamos de liberdade!
É tempo de pensar sobre o renascimento nas formas espiritual e emocional, sobre a ressignificação da vida e os aprendizados que ela nos proporciona, na busca por uma mente saudável e pela paz.
É tempo de corrigir o que não está certo, pedir perdão. A caminhada nem sempre é fácil, mas o renascimento assim nos permite continuar.
E seguindo este raciocínio, podemos dizer que a liberdade nos faz renascer, e não me refiro somente à liberdade do corpo, mas também à liberdade da mente.
Penso que, se não promovermos a nossa humanidade, respeitando as diferenças, o resultado será devastador. Assim, conclamo em forma de poema:
Que possamos renascer como humanidade!
Que possamos buscar respeito e dignidade!
Buscar de modo intenso a liberdade!
Que a nossa sociedade seja mais justa e igualitária.
Que o perfume da vida possa ser sentido
Com a sensibilidade necessária.
Que o amor sobreponha à dor.
Que cesse a guerra
E se ouça o louvor.
Que o mundo siga o exemplo
Daquele que ressuscitou.
E que tenha a fé que os libertou
Da escravidão, do medo,
Da morte e da opressão.
Não existe segredo,
O amor sempre vence,
Mas precisamos de união!
Em clima de união, semeemos o amor e a humanidade! E então, colheremos renascimento e liberdade.
Bianca Rosenthal - Advogada e escritora