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A 100 dias das eleições nos EUA, Trump enfrenta o espectro da derrota

Donald Trump tem 100 dias para inverter a tendência. Isolado, preso na nostalgia de sua vitória em 2016 e criticado em suas próprias fileiras por sua gestão da pandemia da COVID-19, o presidente americano passa por um momento ruim

AFP
24/07/2020 às 13:16.
Atualizado em 25/03/2022 às 18:17

Donald Trump tem 100 dias para inverter a tendência. Isolado, preso na nostalgia de sua vitória em 2016 e criticado em suas próprias fileiras por sua gestão da pandemia da COVID-19, o presidente americano passa por um momento ruim.

As eleições presidenciais de 3 de novembro se anunciam como muito tensas, em um momento em que o país se encontra dividido e preocupado, em meio às 140.000 mortes por COVID-19 e ao choque da crise econômica.

À medida que se aproxima a marca dos 100 dias para as eleições, neste domingo, seu estilo de confrontação se intensifica.

Trump, de 74 anos, afirma que seu rival democrata Joe Biden, de 77, é um "fantoche" da "esquerda radical" e o acusa de querer destruir o "estilo de vida americano". Em resposta, o candidato democrata afirma que o que está em jogo é "uma batalha por qual é a alma" dos Estados Unidos.

Atrás em todas as pesquisas, o magnata republicano teme os efeitos de uma derrota humilhante, que o tornaria o primeiro presidente de um único mandato em mais de um quarto de século.

Nem todas as cartas estão sobre a mesa ainda e, após três anos e meio de uma presidência instável, ainda pode haver surpresas.

Uma possibilidade é que seu rival cometa um erro monumental. Ou, que morra um dos juízes da Suprema Corte, ou que seja obtida uma vacina contra a COVID-19.

Até agora, no entanto, a pandemia enfraqueceu Trump. Segundo uma pesquisa publicada pela emissora ABC News, dois terços dos americanos desaprovam sua resposta ao coronavírus.

"Não estou perdendo, as pesquisas são falsas", afirma em tom de confronto.

Mas, em sua maneira de agir, algo parece mostrar que ele sabe que as coisas podem dar errado em novembro. No início da semana, ele mudou de gerente de campanha e admitiu, na quarta-feira, que a situação da COVID-19 "vai piorar antes que haja uma melhora".

"Dar exemplo é importante", disse ele ontem à tarde, quando anunciou o cancelamento de grande parte da convenção republicana prevista para o final de agosto, em Jacksonville, na Flórida.

Seu tom tem se aproximado daquele esperado de um chefe de Estado, mas ninguém sabe quanto tempo vai durar. E, considerando-se seus mais de 1.300 dias na Casa Branca, a dúvida é razoável.

No momento, os números não são positivos para o republicano.

Segundo a média de pesquisa feita pelo site RealClearPolitics, Biden acumulou, por mais de seis semanas, uma vantagem entre oito e dez pontos sobre Trump.

Desde 1980, todos os candidatos que tiveram uma vantagem tão importante neste momento venceram - à exceção do democrata Michael Dukakis, derrotado por George Bush em 1988.

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