INTERNACIONAL

A mobilização financeira dos Estados e bancos centrais contra o coronavírus

O banco central americano acelera sua ação com compras ilimitadas de títulos, Berlim dá as costas à ortodoxia orçamentária: governos e autoridades monetárias estão investindo bilhões e bilhões para apoiar uma economia global paralisada pela pandemia de coronavírus

AFP
23/03/2020 às 14:05.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:07

O banco central americano acelera sua ação com compras ilimitadas de títulos, Berlim dá as costas à ortodoxia orçamentária: governos e autoridades monetárias estão investindo bilhões e bilhões para apoiar uma economia global paralisada pela pandemia de coronavírus.

O Federal Reserve (Fed) anunciou nesta segunda-feira que não mais estabelecerá um limite para compras de títulos do Tesouro e títulos hipotecários.

O banco central, que recentemente retomou a compra massiva de dívidas, também divulgou uma série de medidas que permitem a uma ampla gama de empresas acessar dinheiro, incluindo um programa de assistência ao crédito de US$ 300 bilhões.

Por várias semanas, vem multiplicando os anúncios. Por exemplo, criou um novo mecanismo de financiamento de dívidas de curto prazo, usado pela última vez durante a crise financeira de 2008.

Também reduziu suas taxas para zero, um nível jamais atingido desde dezembro de 2008.

Por outro lado, a resposta econômica das autoridades públicas é mais lenta.

O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse que o pacote de estímulo econômico, que o governo Trump tenta implementar no âmbito de duras discussões com os democratas, beneficiará os trabalhadores e não compreende um "plano de resgate" para empresas como companhias aéreas.

O plano de ajuda seria de US$ 1,3 trilhão, ladeado por medidas que permitiriam às empresas acessar empréstimos num montante de US$ 4 trilhões, uma soma que representa um quinto do produto interno bruto americano.

Essa proposta segue a adoção pelo Congresso de um plano de assistência social de US$ 100 bilhões.

Berlim adotou nesta segunda-feira medidas de centenas de bilhões de euros, inéditas desde a Segunda Guerra Mundial, para combater a recessão.

Em detalhes, a Alemanha anunciou uma extensão do orçamento federal de cerca de 100 bilhões de euros para este ano, a criação de um fundo de ajuda para grandes empresas e seus funcionários com a possibilidade de nacionalizações parciais, dotadas de até 600 bilhões de euros, e a capacidade do Estado de garantir empréstimos bancários a empresas em dificuldades aumentou de 357 bilhões de euros para 822 bilhões de euros.

No entanto, de acordo com o governo, esses números não podem ser somados porque parte dos financiamentos se sobrepõe.

O governo federal contrairá, pela primeira vez desde 2013, novas dívidas este ano, no valor de 156 bilhões de euros, rompendo com sua política de "déficit zero".

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