INTERNACIONAL

A mobilização financeira dos Estados e bancos centrais frente ao novo coronavírus

Desde auxílio fiscal e outras medidas específicas, até a redução dos juros, os governos e os bancos centrais de todo o mundo destinam bilhões de dólares em uma economia global paralisada por causa da pandemia

AFP
19/03/2020 às 17:38.
Atualizado em 04/04/2022 às 23:19

Desde auxílio fiscal e outras medidas específicas, até a redução dos juros, os governos e os bancos centrais de todo o mundo destinam bilhões de dólares em uma economia global paralisada por causa da pandemia.

Diferentemente do seu homólogo americano, o Fed, o Banco Central Europeu (BCE) mantém até o momento seus juros sem alterações, optando por outras medidas.

Na última terça-feira, o BCE destinou mais de EUR 100 bilhões em liquidez aos bancos, na primeira das 13 operações previstas até meados de julho.

Um dia depois, divulgou a medida extraordinária pela qual mercados e governos europeus solicitavam: o BCE anunciou um plano de urgência de EUR 750 bilhões para a compra de títulos de dívida pública e privada, que ocorrerá ao longo do ano, até o final de 2020. Trata-se de uma iniciativa que busca aliviar os bancos e incentivá-los a manter os empréstimos.

O Fed (Federal Reserve), banco central americano, propõe uma série de facilidades de crédito para apoiar empresas e famílias. Disponibilizou um sistema de financiamento de crédito a curto prazo, que usou durante a crise de 2008.

No último domingo, a instituição cortou brutalmente os juros a zero, algo que não fazia desde a última crise.

O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, está negociando um grande plano de estímulo à economia que poderia chegar aos US$ 1,3 trilhão.

Esse plano inclui medidas chave como o envio de dois cheques de US$ 1.000 para inúmeros cidadãos e a concessão de US$ 300 bilhões às pequenas empresas.

Na última quarta, os EUA aprovaram um plano de ajuda social estimado em US$ 100 bilhões destinado aos trabalhadores diretamente afetados pelas consequências do coronavírus.

O Banco Central chinês, que no final de fevereiro desbloqueou a extensão ou renovação dos empréstimos às empresas, anunciou no último 13 de março uma redução da reserva obrigatória dos bancos, liberando 550 bilhões de ienes (cerca de US$ 78,2 bilhões) para apoiar a economia.

Esse índice, que obriga aos bancos manter a liquidez no banco central, foi reduzida em uma proporção de meio ponto a um ponto percentual.

A última redução ocorreu no dia 6 de janeiro. Na época, Pequim reduziu a taxa de reserva obrigatória em meio ponto, injetando cerca de EUR 100 bilhões na economia.

A Itália, o país mais afetado da Europa, anunciou EUR 25 bilhões para lutar contra a epidemia. O governo espera que essas medidas permitam gerar EUR 340 bilhões em liquidez.

Entre as medidas aplicadas, há a suspensão temporária do pagamento de alguns empréstimos imobiliários e bancários.

Na França, como forma de evitar que as empresas quebrem, o governo anunciou que injetará de imediato EUR 45 bilhões a economia. A maior parte desse valor - EUR 32 bilhões - será utilizado para ajudar ou cancelar a necessidade de contribuições à seguridade social e impostos.

Também informou que ampliou o dispositivo do desemprego parcial, e instalado um fundo de solidariedade estimado em EUR 2 bilhões.

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