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A primeira derrota em dez anos foi um 'choque elétrico' para o judoca Riner

O judoca francês Teddy Riner, que afirma que a pandemia do coronavírus não retirou sua vontade de ganhar um terceiro ouro olímpico em Tóquio, reconhece em entrevista à AFP que sua derrota no torneio de Paris no início de fevereiro, a primeira em quase dez anos, serviu como um "choque elétrico"

AFP
18/07/2020 às 13:48.
Atualizado em 25/03/2022 às 20:06

O judoca francês Teddy Riner, que afirma que a pandemia do coronavírus não retirou sua vontade de ganhar um terceiro ouro olímpico em Tóquio, reconhece em entrevista à AFP que sua derrota no torneio de Paris no início de fevereiro, a primeira em quase dez anos, serviu como um "choque elétrico".

Desde seu retorno progressivo aos treinos no final de 2018, depois de um ano sabático, o confinamento e o adiamento das Olimpíadas de 2020 para 2021, passando por seu fracassado retorno às competições e pelo documentário intitulado "Teddy", que estreia nos próximos dias, o bicampeão olímpico de pesos pesados e dez vezes campeão mundial (8 em +100 kg e 2 em todas as categorias) fala sobre o "período mais difícil da carreira".

P: Uma análise desses últimos 18 meses?

R: "Claramente é o ano mais difícil da minha carreira, com tudo o que aconteceu comigo: lesões (costela quebrada e hérnia no abdome inferior no final de 2019), derrota (na terceira rodada do torneio de Paris, para o japonês Kokoro Kageura), o confinamento. E eles não são mais os mesmos rivais que eu conheci, são mais jovens, mais rápidos. A competição é assim, em alto nível, e você precisa se adaptar."

P: Você acha que seria melhor não ter lutado em Paris?

R: "Sim, mas não lamento. Eu não teria participado, porque não queria participar. Mas participei, e está tudo bem. Não há mal que não acabe, nem bem que sempre dure. Essa derrota me permitirá me preparar melhor para os Jogos Olímpicos. Se eu quiser ganhar o ouro, não posso falhar, então esta informação e essa derrota podem me ajudar a melhorar."

P: Que efeito essa derrota teve em você?

R: "Foi um choque elétrico, que me permitiu regular tudo, o aspecto mental, a dieta, a preparação física e meu judô. Para ser campeão olímpico novamente em Tóquio, é preciso ser bom em todos os setores, extremamente bom. Se eu quiser essa medalha, tenho que ser melhor que nos anos anteriores."

P: Você considera que o adiamento dos Jogos foi bom para você?

A: "Sim e não. Quando a pandemia chegou, estava começando a ficar muito bem, eu havia feito um ótimo período de treinamento, preparação física e tudo mais. Estava quase chegando ao meu melhor nível. Agora, tudo isso tem que me servir. É tomar impulso para ir mais alto e aproveitar que me ofereceram mais tempo e que devo usá-lo para melhorar. Você precisa ser positivo. Aconteça o que acontecer, é sempre bom treinar mais."

P: Parece que você está em boa forma agora. A chave é consistência?

R: "Sim, estou em boa forma há um tempo. Consistência é a palavra-chave. No momento me sinto bem, estou gostando. Claramente, é a consistência que acabará por me fazer ganhar essa medalha de ouro em 2021, estou convencido disso. Agora, o objetivo é treinar duro. É verdade que este é um período de espera, mas você precisa manter um nível muito bom."

es/fbr/psr/lca

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