A Procuradoria em Madri informou nesta terça-feira (15) sobre uma denúncia contra a diretora e uma médica de um lar de idosos por suposto homicídio imprudente, após a morte de uma residente pela covid-19
A Procuradoria em Madri informou nesta terça-feira (15) sobre uma denúncia contra a diretora e uma médica de um lar de idosos por suposto homicídio imprudente, após a morte de uma residente pela covid-19.
Em um comunicado, a Procuradoria de Madri indicou que as duas mulheres também poderiam ter incorrido no crime de negação de cuidados de saúde, ao evitar seguir o "protocolo de ação nos casos previstos para pacientes com a covid-19, que causou a morte de uma mulher de 85 anos, poucos dias depois de ser internada no local".
Esta é a primeira denúncia por um possível atendimento precário em asilos de Madri, onde milhares de mortes foram registradas durante a primeira onda da pandemia do novo coronavírus, que atingiu com virulência a capital espanhola em especial.
Segundo a Procuradoria, a médica desrespeitou o protocolo e consultou o hospital sobre a piora do estado de saúde da residente apenas oito dias após apresentar problemas respiratórios.
Quando finalmente o fez, e "apesar da rápida transferência para o hospital (...), sua morte não pôde ser evitada no dia seguinte, devido a uma parada cardiorrespiratória", informou o comunicado.
A diretora do lar de idosos também tinha conhecimento da situação da paciente, mas "nada foi feito para garantir a cobertura de saúde da usuária durante os períodos em que a médica contratada esteve ausente da residência, principalmente no final de semana anterior ao falecimento", indicou.
No início de dezembro, a ONG Anistia Internacional alertou sobre a situação "alarmante" que persiste nos asilos de Madri e da Catalunha, onde milhares morreram durante a primeira onda.
Em um relatório contundente, a organização assegurou que "a grande maioria" dos residentes não foi devidamente atendida durante a pandemia, e as medidas implementadas foram "tardias", "insuficientes" e "ineficientes".
A Espanha é um dos países que mais sofreram com a pandemia, com mais de 1,7 milhão de casos diagnosticados e 48.000 mortes, de acordo com o balanço do governo. Estima-se que quase metade dessas mortes afetou residentes de lares de idosos, segundo a Anistia.
Em março, no auge da primeira onda, soldados que colaboraram com o trabalho de desinfecção nos asilos encontraram pessoas abandonadas e até mortas em suas camas.
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