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Acessórios conectados poderiam detectar COVID-19 antes da aparição de sintomas

O relógio inteligente, que já mede a atividade física e o sono, por exemplo, seria capaz de detectar a COVID-19 antes do surgimento dos sintomas?Neste contexto de pandemia, os pesquisadores se perguntam se os acessórios conectados não poderiam ser usados para alertar seus usuários se são portadores do novo coronavírus nos primeiros dias, período crucial em que uma pessoa pode estar contaminada sem suspeitar de que esteja

AFP
07/06/2020 às 14:49.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:27

O relógio inteligente, que já mede a atividade física e o sono, por exemplo, seria capaz de detectar a COVID-19 antes do surgimento dos sintomas?

Neste contexto de pandemia, os pesquisadores se perguntam se os acessórios conectados não poderiam ser usados para alertar seus usuários se são portadores do novo coronavírus nos primeiros dias, período crucial em que uma pessoa pode estar contaminada sem suspeitar de que esteja.

No mês passado, cientistas do Instituto Rockefeller de Neurociência da Universidade da Virgínia Ocidental disseram ter criado uma plataforma digital capaz de detectar a COVID-19, graças ao anel conectado Oura e a um sistema de Inteligência Artificial.

Seu uso prevê o aparecimento de sintomas (febre, tosse, dificuldades respiratórias) até três dias antes e com 90% de precisão, garantem eles.

Já o Instituto de Pesquisa Scripps mobilizou mais de 30.000 pessoas para estudar como os acessórios poderiam identificar portadores assintomáticos, ou "pré-sintomáticos", da doença.

Os dispositivos "têm o potencial de identificar pessoas contagiosas", apesar da ausência de sintomas, diz a diretora da pesquisa, a epidemiologista Jennifer Radin.

Este instituto já demonstrou seu potencial para prever a gripe, de acordo com um estudo publicado em janeiro deste ano no periódico "The Lancet".

Os acessórios medem "mudanças sutis", descreve Jennifer Radin, talvez de maneira mais precisa e convincente do que os controles de temperatura.

Segundo ela, "40% das pessoas que ficam com COVID-19 não têm febre".

Os dispositivos monitoram, por exemplo, a frequência cardíaca em repouso, um bom indicador do início da infecção.

"Vemos mudanças (no pulso) quatro dias antes de que alguém tenha febre", afirma o diretor do Instituto Scripps, o pesquisador Eric Topol.

Ele acredita que a ideia de usar acessórios seja promissora, "porque 100 milhões de americanos usam relógio, ou pulseira, conectados".

O estudo produzirá resultados conclusivos, porém, apenas se muitas pessoas se oferecerem para participar como voluntárias, alerta Topol.

A startup californiana Evidation está tentando desenvolver um algoritmo de alerta precoce, por meio de acessórios conectados usados por 300 pessoas altamente expostas ao risco de contraírem a doença.

O experimento conta com recursos do governo e da Fundação Bill & Melinda Gates.

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