INTERNACIONAL

Adiado o julgamento de Benjamin Netanyahu por corrupção

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou de "ridículas" as acusações de corrupção contra ele, no primeiro dia de seu julgamento em Jerusalém, que foi adiado sem data de retomada

AFP
24/05/2020 às 11:04.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:53

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou de "ridículas" as acusações de corrupção contra ele, no primeiro dia de seu julgamento em Jerusalém, que foi adiado sem data de retomada.

Durante a audiência de uma hora neste domingo (24), os advogados do primeiro-ministro pediram vários meses para estudar as evidências, enquanto a Promotoria solicitou que as testemunhas fossem ouvidas rapidamente.

Os três juízes indicaram que estudarão essas solicitações e encerraram a sessão sem estabelecer novas datas para a retomada das audiências.

Após 17 meses de uma crise eleitoral em que sua "sobrevivência política" esteve em jogo, Netanyahu compareceu ao tribunal do distrito de Jerusalém para uma nova batalha, desta vez judicial, para evitar a prisão e limpar sua reputação.

Ao chegar ao tribunal, cercado por vários ministros de seu partido Likud, Netanyahu mais uma vez negou as acusações de corrupção, quebra de confiança e peculato.

"Apresento-me diante de vocês de cabeça erguida", disse.

"Pedi que tudo fosse transmitido ao vivo para que o público pudesse ouvir tudo (diretamente) e não através do filtro de jornalistas do procurador-geral", acrescentou, acusando parte da imprensa israelense.

Antes do início da audiência, seguidores reunidos em frente ao tribunal gritaram: "Benjamin Netanyahu, o povo está com você".

Netanyahu está acostumado a estabelecer precedentes: primeiro chefe de Governo de Israel nascido após a criação do país, o primeiro-ministro a mais tempo no cargo, o mais feroz opositor ao Irã.

Antes dele, Ehud Olmert, também do seu partido Likud, foi acusado de corrupção, mas depois de ter renunciado como primeiro-ministro.

Olmert foi considerado culpado de aceitar subornos e passou 16 meses na prisão.

Algo que Netanyahu, de 70 anos, tenta evitar, acusado de ter recebido charutos, champanhe e joias no valor de 700.000 shekels (180.000 euros, US$ 197.000) de pessoas ricas em troca de favores financeiros ou pessoais.

Segundo os investigadores, Netanyahu também tentou obter uma cobertura favorável no jornal Yediot Aharonot.

Mas, acima de tudo, a justiça suspeita que ele concedeu favores que poderiam ter feito o chefe da empresa de telecomunicações israelense Bezeq ganhar milhões de dólares em troca de uma cobertura midiática favorável em um dos meios do grupo, o influente site Walla.

Dos três casos, o último é o mais explosivo e talvez também o mais complexo.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por