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Alejandro Mayorkas, um imigrante cubano eleito por Biden para chefiar o DHS

Alejandro Mayorkas, escolhido nesta segunda-feira (23) pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, para dirigir o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), é um imigrante cubano que já anunciou a intenção de reverter a política anti-imigração do presidente em fim de mandato Donald Trump

AFP
23/11/2020 às 21:07.
Atualizado em 24/03/2022 às 02:16

Alejandro Mayorkas, escolhido nesta segunda-feira (23) pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, para dirigir o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), é um imigrante cubano que já anunciou a intenção de reverter a política anti-imigração do presidente em fim de mandato Donald Trump.

Se for confirmado pelo Senado, Mayorkas, nascido em 24 de novembro de 1959, em Havana, será o primeiro hispânico e imigrante a chefiar o DHS, a entidade do governo federal encarregada da imigração e da segurança fronteiriça.

Filho de um judeu cubano e uma judia romena que chegaram em 1960 aos Estados Unidos, fugindo da revolução de Fidel Castro, Mayorkas, mais conhecido pelo apelido, "Ali", viveu na própria pele os direitos dos refugiados.

"Quando era muito jovem, os Estados Unidos proporcionaram a mim e à minha família um lugar de refúgio", escreveu no Twitter.

"Agora, fui nomeado para ser secretário do DHS e supervisionar a proteção de todos os americanos e aqueles que fogem da perseguição, em busca de uma vida melhor para eles e seus entes queridos", afirmou.

Este advogado e ex-procurador federal, que viveu primeiro em Miami e depois se radicou com a família em Los Angeles, conhece bem o cargo.

Como o cubano-americano no mais alto cargo no governo de Barack Obama, de quem Biden foi vice-presidente, foi vice-secretário do DHS entre 2013 e 2016. Antes disso, foi diretor dos Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) de 2009 a 2013.

Sobretudo, Mayorkas é considerado o arquiteto da Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), a política migratória instaurada por Obama por ordem executiva para permitir a residência temporária aos vindos ainda crianças como imigrantes sem documentos, também conhecidos como "dreamers".

Desde sua chegada ao poder em 2017, Trump tentou cancelar o DACA, que ampara atualmente 700.000 "dreamers", a maioria latino-americanos. Mas Biden prometeu garanti-lo quando assumir o cargo, em 20 de janeiro.

Mas o desafio que Mayorkas enfrenta vai além de pôr um fim às questões migratórias de Trump, em particular a separação das famílias e o isolamento de crianças para dissuadir a imigração ilegal.

Criado em 2002, em resposta aos atentados de 11 de setembro de 2001 para coordenar melhor a segurança do país, o DHS conta com 240.000 funcionários e combina 22 agências federais previamente distribuídas entre vários departamentos, como a Guarda Costeira, o Serviço de Controle de Imigração e Alfândega (ICE), a Patrulha Fronteiriça, o Serviço Secreto e a Agência Federal para a Gestão de Emergências (Fema).

E sua missão se politizou fortemente sob o governo Trump. Na semana passada, por exemplo, o presidente republicano demitiu abruptamente, através de um tuíte, o chefe de segurança eleitoral, subordinado ao DHS, Chris Krebs, que tinha rejeitado suas afirmações de "fraude maciça" nas eleições de 3 de novembro.

"Depois da crueldade e da devastação causadas pela administração Trump, Mayorkas tem um mandato para reformar o DHS", disse Joaquín Castro, o legislador democrata que preside a bancada hispânica na Câmara Baixa do Congresso.

"Tem a experiência necessária para realizar reformas muito necessárias", destacou em um comunicado.

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