INTERNACIONAL

Alemanha cancela novas restrições contra covid, que não dá trégua no Brasil

O governo alemão recuou e desistiu das novas medidas restritivas que pretendia impor durante a Semana Santa para combater a pandemia de covid-19, que não dá trégua no Brasil, onde foram registradas mais de 3

AFP
27/03/2021 às 00:22.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:29

O governo alemão recuou e desistiu das novas medidas restritivas que pretendia impor durante a Semana Santa para combater a pandemia de covid-19, que não dá trégua no Brasil, onde foram registradas mais de 3.000 mortos pela primeira vez em apenas um dia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que as novas ações eram um "erro". O governo anunciou as novas restrições na segunda-feira (22), que incluíam o fechamento de lojas e cerimônias religiosas organizadas por videoconferência.

As críticas foram rápidas, inclusive dentro do governo conservador. Os ataques mais intensos vieram dos círculos empresariais, que questionaram os fechamentos de lojas em um momento econômico já muito complicado para o país.

"Um erro deve ser chamado de erro e, sobretudo, deve ser corrigido e, se possível, a tempo. Sei que esta proposta provocou uma incerteza adicional, lamento profundamente e, por isto, peço o perdão de todos os cidadãos", disse Merkel, cujo partido perdeu pontos nas pesquisas pela gestão da pandemia.

A chanceler destacou que o plano tinha "as melhores intenções", no momento em que os contágios aumentam no país, mas que não poderá ser colocado em prática "em um período tão curto de tempo".

Mais de 75.000 pessoas morreram vítimas da covid-19, até o momento, no país.

A situação na Alemanha não é uma exceção. Em outros países europeus, os números de contágios voltaram a acender as luzes de alerta, enquanto os cidadãos perdem as contas das restrições, confinamentos, ou ondas da pandemia.

Na Bélgica, o primeiro-ministro Alexander De Croo anunciou novas medidas nesta quarta-feira para "superar a terceira onda" da covid-19. Entre elas, estão ensino a distância para quase todos e restrições para estabelecimentos comerciais não essenciais.

Na Europa, a covid-19 matou mais de 928.000 pessoas e infectou quase 42 milhões, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais. Em todo mundo, a pandemia deixou mais de 2,7 milhões de vítimas fatais e mais de 124 milhões de casos.

O Brasil é, em termos absolutos, o segundo país mais afetado pela covid-19, com quase 300.000 mortos e mais de 12 milhões de casos.

Na terça-feira, o país, com 212 milhões de habitantes, superou pela primeira vez a marca de 3.000 mortes por covid-19 em apenas um dia. A situação é "terrível", nas palavras da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O sistema de saúde está em colapso, as UTIs dos hospitais da maioria dos 26 estados e do Distrito Federal têm níveis de ocupação superiores a 80% e existe uma "preocupação" crescente com o risco de falta oxigênio em pelo menos seis estados, segundo relatório da Procuradoria-Geral da República.

O cenário geral é de uma pandemia fora de controle, em parte pela nova e mais contagiosa variante registrada na Amazônia, por uma campanha de vacinação lenta e pelo escasso respeito às normas de higiene e distanciamento.

"Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda população. Muito em breve, retomaremos nossa vida normal", declarou na terça-feira o presidente Jair Bolsonaro, em um discurso que foi marcado por panelaços em várias cidades do país.

A transmissão do vírus "continua aumentando perigosamente em todo Brasil", e essa "péssima situação também atinge os países vizinhos", afirmou na terça-feira a diretora da Opas, Carissa Etienne.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por