INTERNACIONAL

Alemanha impaciente com demora da aprovação da vacina na Europa

O descontentamento cresce na Alemanha com os prazos adotados pelas autoridades europeias para aprovar a vacina contra a covid-19, que já começou a ser aplicada em vários países, no momento de aceleração da segunda onda da pandemia

AFP
15/12/2020 às 07:08.
Atualizado em 24/03/2022 às 04:26

O descontentamento cresce na Alemanha com os prazos adotados pelas autoridades europeias para aprovar a vacina contra a covid-19, que já começou a ser aplicada em vários países, no momento de aceleração da segunda onda da pandemia.

"Nosso objetivo é a autorização antes do Natal" da vacina desenvolvida pelos laboratórios alemão BioNTech e americano Pfizer, "e que também possamos começar a vacinar aqui na Alemanha", afirmou na segunda-feira o ministro da Saúde, Jens Spahn.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) estabeleceu prazo até 29 de dezembro para decidir, mesmo depois de vários países terem aprovado o produto e iniciado as campanhas de vacinação.

Spahn não escondeu a irritação no domingo em uma mensagem no Twitter

"Todos os dados da BioNTech estão disponíveis, o Reino Unido e os Estados Unidos já aprovaram. Uma análise dos dados e uma aprovação da EMA devem acontecer o mais rápido possível", escreveu, antes de completar que desta decisão "depende a confiança na capacidade da União Europeia para atuar".

As autoridades alemãs estão preparadas para iniciar a campanha, com um programa de vacinação que começará com os profissionais de saúde e a população de risco.

De acordo com o jornal Bild, o governo da chanceler Angela Merkel também pressiona, nos bastidores, a EMA e União Europeia para acelerar o processo de autorização. Berlim deseja uma decisão até 23 de dezembro, e não 29.

A EMA, com sede na Holanda, delibera sobre as autorizações de diversas vacinas contra a covid-19.

A agência foi alvo de um ciberataque na semana passada, durante o qual documentos relacionados a Pfizer e BioNTech foram hackeados.

A irritação da Alemanha é a ainda maior devido ao fato de que a vacina foi desenvolvida por uma empresa nacional e o país sofre com a segunda onda pandemia, depois de ter superado relativamente bem a primeira onda, no primeiro semestre.

"Não se pode conceber ter que esperar até janeiro para ter uma autorização de uma vacina concebida na Alemanha" afirmou uma fonte do partido liberal FDP, que integra a oposição.

Nas últimas 24 horas, o país registrou 14.432 casos e 500 mortes, anunciou nesta terça-feira o Instituto Robert Koch (RKI), responsável pelo balanço da pandemia no país. O número de infecções em apenas um dia alcançou o recorde de 30.000 pessoas, um recorde, na semana passada.

Diante da propagação da doença, o governo decidiu impor um confinamento parcial a partir de quarta-feira e até 10 de janeiro, a princípio.

A Associação Alemã de Hospitais (DKG) também está preocupada com o tempo que a EMA leva para validar a vacina, ante o aumento do número de pacientes em CTIs.

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