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Aliados de opositor russo reivindicam vitórias simbólicas nas eleições regionais

Os aliados do opositor russo Alexei Navalny, vítima de um suposto envenenamento, reivindicaram neste domingo vitórias simbólicas em duas cidades da Sibéria nas eleições regionais, marcadas, segundo observadores independentes, por uma série de irregularidades

AFP
14/09/2020 às 00:46.
Atualizado em 25/03/2022 às 01:58

Os aliados do opositor russo Alexei Navalny, vítima de um suposto envenenamento, reivindicaram neste domingo vitórias simbólicas em duas cidades da Sibéria nas eleições regionais, marcadas, segundo observadores independentes, por uma série de irregularidades.

Em 41 das 85 regiões russas, eleitores foram convocados a eleger os governadores, representantes nas assembleias regionais ou municipais e quatro deputados para o Parlamento nacional.

Em Novosibirsk, terceira maior cidade do país, a equipe de Navalny reivindicou a vitória de Serguei Boiko. Em Tomsk, outra cidade siberiana, a oposição reivindicou a conquista de duas cadeiras no conselho municipal.

Uma vitória em Tomsk seria simbólica para a oposição, já que foi onde ocorreu o envenenamento de Navalny, segundo aliados. Os resultados oficiais nas duas cidades, bem como no restante do país, serão anunciados nesta segunda-feira.

Em um contexto econômico e social difícil, com acusações de corrupção e uma reforma das pensões polêmica, a popularidade do partido de Vladimir Putin despencou, a um ano das eleições legislativas. O governista Rússia Unida deveria obter a grande maioria das cadeiras em jogo.

- "Voto inteligente" -

As eleições são realizadas desde sexta-feira, por vezes em centros de votação móveis e ao ar livre, oficialmente para limitar os riscos de transmissão do novo coronavírus. Este foi o caso do referendo constitucional do verão local, que permitiu a Vladimir Putin permanecer no poder até 2036.

Para a oposição, estas medidas dificultam o trabalho dos observadores e favorecem fraudes. Segundo a presidente da Comissão Eleitoral Central, Ella Pamfilova, estas acusações "não são objetivas, e sim bastante maliciosas".

A ONG Golos denunciou "a arbitrariedade" dos responsáveis por vários centros de votação, que se recusam, principalmente, a registrar as denúncias de observadores.

Em Novosibirsk, Serguei Boiko, que lidera uma coalizão opositora com o apoio de Navalny, disse à AFP neste domingo que houve muitas infrações e citou um local de votação onde os funcionários "excluíram os nossos observadores".

"E no cofre que contém as cédulas dos dois primeiros dias de votação, os lacres estão quebrados. Alguém teve acesso às cédulas... isto certamente alimenta suspeitas de falsificações", disse.

"As pessoas têm uma demanda crescente de mudança. Não querem ver as mesmas pessoas no poder, nas quais perderam a confiança há muito tempo", declarou Alexander Surov, 20, militante da equipe de Navalny em Novosibirsk.

Damir Adgamov, 26, contou que votou na oposição depois que viu as investigações de Navalny que denunciam a corrupção envolvendo a elite política. "Talvez novas ideias possam mudar as coisas", disse.

As eleições regionais representaram uma oportunidade para a organização de Navalny testar sua tática do "voto inteligente", que consiste em pedir votos para o candidato em melhor posição para derrotar o aspirante do governo.

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