INTERNACIONAL

América Latina tenta conter onda de covid; Brasil avança com duas possíveis vacinas

A América Latina continua fortalecendo as medidas de saúde para conter uma onda brutal de covid-19 que atinge principalmente o Brasil, onde nesta sexta-feira (26) novas esperanças surgiram com os anúncios de dois projetos nacionais de vacinas

AFP
27/03/2021 às 01:44.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:29

A América Latina continua fortalecendo as medidas de saúde para conter uma onda brutal de covid-19 que atinge principalmente o Brasil, onde nesta sexta-feira (26) novas esperanças surgiram com os anúncios de dois projetos nacionais de vacinas.

O coronavírus, que acumula uma cifra superior a 24 milhões de casos e mais de 757 mil óbitos na América Latina e no Caribe, continua avançando na região, preocupada com o aumento da incidência da variante brasileira, considerada muito mais contagiosa do que a cepa original.

No Brasil, mais de 300.000 mortes já foram registradas e a pandemia segue em escalada. Para tentar contê-la, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que o prestigioso Instituto Butantan (que já fabrica a chinesa CoronaVac por convênio) está desenvolvendo a primeira vacina local, batizada de ButanVac, com expectativa de produzir 40 milhões de doses a partir de maio e começar a aplicá-la em julho.

Mas primeiro deve obter autorização da Anvisa para iniciar seus testes clínicos em abril.

Um projeto que surgiu há quinze dias com investimentos do governo federal também aguarda o sinal verde para os testes, conforme anunciado pelo Ministério da Ciência. É o Versamune®-CoV-2FC, desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Na quinta-feira, as infecções no país subiram pela primeira vez para mais de 100.000 em 24 horas, levando a um número ainda maior de mortes no terceiro país mais em luto, depois dos Estados Unidos.

E nesta sexta, o país registrou um novo recorde de óbitos, com 3.650 mortes em 24 horas, superando as 307 mil no total.

Diante dessa situação, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou o "maior genocídio" da história do país e criticou duramente Bolsonaro.

"Se tivesse um pouco de grandeza, deveria pedir desculpas às famílias dos 300 mil mortos pelo coronavírus e aos milhões de infectados", disse Lula a um semanário alemão.

Consultado sobre essas declarações, Michael Ryan, diretor de emergência da OMS, disse: "Independentemente da perspectiva ideológica, a maioria dos líderes está tentando fazer o que é melhor para seu povo. Eles nem sempre fazem isso perfeitamente".

Apesar do otimismo com as vacinas, a realidade da pandemia tem levado autoridades de vários países da região a impor novas medidas para reduzir a circulação do vírus, assim como na Europa.

O Chile, que lidera o processo de vacinação contra a covid na América Latina, confinará mais de 80% de seus 17 milhões de habitantes a partir de sábado.

"É importante que a população entenda que vivemos uma situação preocupante", disse o ministro da Saúde, Enrique Paris, em entrevista coletiva na quinta-feira.

O Chile registrou nesta sexta a maior cifra diária de contágios desde o início da pandemia, com um recorde de 7.626 novos casos.

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