INTERNACIONAL

Anistia Internacional denuncia morte de 20 menores em protestos no Irã

Pelo menos 23 menores morreram na repressão de parte das forças de segurança iranianas às manifestações que sacudiram o Irã em novembro, segundo uma investigação da Anistia Internacional, que será publicada na quarta-feira (4)

AFP
03/03/2020 às 22:07.
Atualizado em 07/04/2022 às 09:08

Pelo menos 23 menores morreram na repressão de parte das forças de segurança iranianas às manifestações que sacudiram o Irã em novembro, segundo uma investigação da Anistia Internacional, que será publicada na quarta-feira (4).

Ao menos 22 adolescentes, de 12 a 17 anos, e uma menina com idade entre 8 e 12 anos, "morreram quando as forças de segurança dispararam balas reais contra os manifestantes desarmados e os pedestres", diz a ONG em um comunicado.

"Estes últimos meses, um quadro assustador veio à tona sobre a envergadura dos meios letais utilizados ilegalmente pelas forças de segurança iranianas para esmagar os protestos do ano passado", diz no comunicado Philip Luther, encarregado para o Oriente Médio e o Norte da África da Anistia Internacional.

Luther, que qualifica de "chocante" o número de menores mortos, pede uma "investigação independente e imparcial" sobre os fatos.

Para fazer a pesquisa, chamada "Mataram nossos filhos", basearam-se em vídeos e fotos, testemunhos de pessoas próximas e vítimas e certidões de óbito e sepultamento.

Segundo a Anistia, a maioria dos familiares das crianças mortas na repressão sofreu ameaças ou foi vítima de assédio de parte das autoridades.

As famílias também foram obrigadas a enterrar os pequenos na presença de encarregados de segurança.

Em dez casos, as mortes ocorreram por ferimentos a bala na cabeça ou no tórax, segundo o comunicado.

Grande parte destes menores perdeu a vida entre 16 e 17 de novembro.

"O fato de a maioria das crianças ter morrido em dois dias é uma prova a mais do alcance da repressão por parte das forças de segurança que queriam reprimir o protesto como fosse", afirma Luther.

As manifestações no Irã eclodiram em 15 de novembro, após o anúncio da elevação do preço do combustível, em plena crise econômica, e se propagou por uma centena de cidades.

cf/lp/lpt/es/af/mvv

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