Horizontes de 2023

Ano para aplicar a tecnologia digital em prol da economia

"Na questão digital, as empresas saíram da pandemia apresentando um salto significativo em sua maturidade digital", destaca o professor da Fatep, Senac e PUC-Campinas, Carlos Alberto Zem

Romualdo Cruz Filho
31/12/2022 às 07:02.
Atualizado em 31/12/2022 às 07:03
No plano das relações sociais, Zem também vê impacto. "Isso vai reduzir mão de obra? Óbvio que vai exigir uma reorganização das profissões" (Divulgação)

No plano das relações sociais, Zem também vê impacto. "Isso vai reduzir mão de obra? Óbvio que vai exigir uma reorganização das profissões" (Divulgação)

O professor da Fatep, Senac e PUC-Campinas, Carlos Alberto Zem, tem estudado a tendência da economia e acha que o Brasil avançou muito em sua relação com o mundo digital. O ano que entra, segundo ele, será para que os empresários demonstrem o potencial e o que é capaz de fazer com a tecnologia digital em prol da economia.  "Tudo leva a crer que 2023 será um ano de incertezas nos ambientes político e econômico brasileiro. Estima-se que as empresas terão uma gestão pautada na convivência com as oscilações do mercado e rupturas em seus negócios, decorrentes em grande parte da evolução tecnológica que está cada vez mais acelerada. Para tanto, elas deverão priorizar maior racionalidade na alocação de recursos considerando cenários e desafios que propiciem a possibilidade de um crescimento com equilíbrio. Na questão digital, as empresas saíram da pandemia apresentando um salto significativo em sua maturidade digital, cabendo agora a estruturação que consolide uma agenda formada de elementos que fundamentarão soluções que coloquem cada vez mais o cliente no centro das decisões", explica. "O pós-pandemia permitiu, portanto, que as empresas dessem um salto rumo à maturidade digital de forma acelerada. Essa transformação, que levaria cinco anos para acontecer, devido à pandemia, se materializou em cinco meses. Houve uma grande conquista, que precisa agora ser consolidada. Sendo assim, de 2020 a 2022 temos acompanhado essa maturidade digital e, a partir de agora, temos de observar como será criada uma agenda de estruturação das transformações ocorridas em prol de novos serviços e produtos que atendam à demanda de um novo mercado que se abre, com o estabelecimento de uma agenda digital".  Zem acredita que, a partir disso, "vamos verificar um movimento mais sólido do mercado". Para tornar mais clara sua explicação, relaciona os avanços com a tecnologia digital à descoberta do fogo. "Uma analogia bem básica seria como se nos últimos três anos tivéssemos descoberto o fogo. Então, a transformação digital seria o fogo, com seus sinais e a percepção de seu potencial, benefícios e vantagens que poderá proporcionar. O homem, quando descobre o fogo, não sabe muito bem o que fazer com ele, mas depois começa a fazer algumas aplicações novas, que estão dentro das possibilidades da tecnologia descoberta".  Para o professor, este será o processo natural, de se apropriar da transformação digital e procurar tirar o melhor proveito da tecnologia, ampliando seu uso. "Assim como ocorreu com a descoberta do fogo, o avanço com as transformações digitais são tão grandes que até a concepção de humanidade pode mudar". Esse otimismo leva a uma projeção do novo ferramental para o desempenho econômico, inclusive para os avanços das inovações e da indústria 4.0. "Vai dar uma tração maior para a dinâmica dos negócios. Com essa nova dinâmica, ganha-se em eficiência e a consequente ampliação da produtividade econômica. O mercado começa a operar em outra dinâmica". No plano das relações sociais, Zem também vê impacto. "Isso vai reduzir mão de obra? Óbvio que vai exigir uma reorganização das profissões. Algumas deixarão de existir, enquanto outras surgirão para dar conta das transformações. Possivelmente para essas novas demandas que surgirem ainda não tenha gente preparada para atendê-las. Mas se trata de um problema equacionável no tempo".

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