INTERNACIONAL

Antártica se blinda e consegue se manter livre do coronavírus

Enquanto os casos de coronavírus se espalham pelo mundo há um único continente que respira aliviado: a Antártica

AFP
15/05/2020 às 04:37.
Atualizado em 30/03/2022 às 01:05

Enquanto os casos de coronavírus se espalham pelo mundo há um único continente que respira aliviado: a Antártica. Graças às estritas medidas de controle e um pouco de sorte, neste local ainda não se foi registrado nenhum caso da COVID-19.

Desde que a pandemia foi declarada, no último 11 de março, o habitual isolamento desse lugar naturalmente remoto se tornou ainda mais extremo.

Todas as viagens de turismo foram canceladas, o pessoal considerado dispensável deixou a região, proibiu-se o contato entre as bases internacionais e foram estabelecidos estritos controles de saúde.

"Estamos isolados nesse local naturalmente isolado que já temos", disse à AFP por telefone Alejandro Valenzuela, capitão de fragata e governador marítimo na Antártica chilena.

A vida na Antártica requer muita coordenação e cooperação entre os membros das quase 40 bases permanentes e missões científicas localizadas nas ilhas vizinhas, na península antártica e no continente.

Atualmente, dez membros da Marinha chilena estão na base Escudero, na Baía de Fildes, das Ilhas Shetlands do Sul, considerada a porta de entrada para a Antártica.

Ali também estão as bases da Força Aérea Chilena (FACH) e a Direção Geral de Aeronáutica Civil. Nas proximidades, há uma das cinco bases da Rússia, uma do Uruguai, uma da Coreia e uma da China.

Antes da pandemia, a interação era permanente entre diferentes bases internacionais.

Nessas terras de gelo, o pessoal destacado realizava tarefas em conjunto de carregamento de carga e descarga, e compartilhava áreas de lazer, participando de campeonatos esportivos e convites mútuos para comemorações e aniversários.

Mas o medo do coronavírus eliminou todo contato físico.

Felizmente, o início da pandemia coincidiu com o final da alta temporada turística, que a cada ano traz cerca de 50.000 visitantes.

O último navio turístico a chegar na Baía de Fildes foi em 3 de março, quando o primeiro caso de coronavírus foi registrado no Chile.

A partir de abril, as condições climáticas impedem drasticamente qualquer visitante de viajar para ou do continente antártico, isolando o pessoal de bases permanentes.

A declaração de uma pandemia pela OMS tornou os controles a partir dessa data ainda mais rígidos.

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