INTERNACIONAL

Ao menos 110 civis morrem em ataque jihadista na Nigéria

Ao menos 110 civis foram assassinados no sábado em um ataque nos campos de arroz da localidade de Koshobe, na região nordeste da Nigéria, de acordo com um balanço divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU)

AFP
29/11/2020 às 16:29.
Atualizado em 24/03/2022 às 02:50

Ao menos 110 civis foram assassinados no sábado em um ataque nos campos de arroz da localidade de Koshobe, na região nordeste da Nigéria, de acordo com um balanço divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

"Homens armados chegaram em motocicletas e executaram um ataque brutal contra homens e mulheres que trabalhavam nos campos de Koshobe. (...) Ao menos 110 civis morreram cruelmente e muitos outros ficaram feridos", afirmou o coordenador humanitário da ONU na Nigéria, Edward Kallon.

Kallon qualificou o ataque como o mais sangrento cometido contra civis este ano na região.

O comunicado da ONU não menciona o grupo jihadista Boko Haram, nem sua facção dissidente, o grupo Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap), que multiplicam a violência nesta região e controlam parte do território nigeriano.

No sábado, agentes de uma milícia de autodefesa pró-governo informaram à AFP um primeiro balanço de 43 trabalhadores agrícolas mortos.

"Encontramos 43 corpos sem vida, todos foram degolados", declarou à AFP Babakura Kolo, líder desta milícia.

"É, sem dúvida, obra do Boko Haram, que atua na região e ataca com frequência os agricultores", acrescentou.

Os integrantes do Boko Haram amordaçaram e degolaram as vítimas, que trabalhavam nos campos de arroz, próximos de Maiduguri, capital do estado de Borno, acrescentou.

As 43 vítimas foram enterradas neste domingo na localidade vizinha de Zabarmari, na presença do governador de Borno, Babaganan Umara Zulum.

Entre as vítimas havia dezenas de agricultores do estado de Sokoto, 1.000 km a oeste, que tinham viajado para o nordeste para encontrar trabalho nos campos de arroz.

No mês passado, 22 agricultores foram mortos em seus campos, perto de Maiduguri.

O presidente da Nigéria, Mahammadu Buhari, condenou, em um comunicado publicado na noite de sábado, "o assassinato por terroristas destes agricultores dedicados a seu trabalho".

"O país inteiro está ferido por estes assassinatos sem sentido", diz a nota.

Os moradores qualificam indistintamente os jihadistas desta região como membros do Boko Haram, embora pertençam a este grupo ou ao Iswap.

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