INTERNACIONAL

Ao menos um morto no Benin em manifestações da oposição

Ao menos uma pessoa morreu baleada e seis ficaram feridas nesta quinta-feira (8) no Benin quando o exército atuou para dispersar os manifestantes que protestavam pela ausência da oposição nas eleições presidenciais de domingo

AFP
08/04/2021 às 12:44.
Atualizado em 22/03/2022 às 01:23

Ao menos uma pessoa morreu baleada e seis ficaram feridas nesta quinta-feira (8) no Benin quando o exército atuou para dispersar os manifestantes que protestavam pela ausência da oposição nas eleições presidenciais de domingo.

"Recebemos um caso de morte por tiros e seis pessoas baleadas", disse à AFP José Godjo, diretor da clínica Boni na cidade de Savè, no centro de Benin.

Os soldados compareceram durante a manhã a Savè para dispersar as barricadas erguidas desde segunda-feira pelos manifestantes na rodovia principal.

Segundo as testemunhas, os militares "atiraram para cima" para dispersar os manifestantes, antes de liberar a estrada.

Desde o início da semana, várias manifestações afetaram o norte e o centro de Benin, onde a principal rodovia para a capital econômica Cotonu foi bloqueada por eleitores indignados com a ausência da oposição nas eleições presidenciais.

A reeleição de Patrice Talon, ex-magnata do petróleo que chegou ao poder em 2016 e que governa com mão de ferro, parece garantida.

Seus adversários são dois candidatos praticamente desconhecidos, os ex-deputados Alassane Soumanou e Corentin Kohoué.

Os opositores beninenses, que não foram autorizados a concorrer, chamam esses dois candidatos de "candidatos fantasma".

"É a primeira vez, desde o retorno do bipartidarismo em 1990, que se organiza uma eleição presidencial como esta: pluralista na aparência, mas sem eleição na realidade", explica à AFP o cientista político do Benin, Expédit Ologou.

As grandes figuras da oposição estão exiladas ou inelegíveis. A Comissão Eleitoral rejeitou outras candidaturas porque não possuem o número suficiente de patrocinadores (154 dos 159 deputados beninenses pertencem ao movimento presidencial).

Uma líder da oposição foi presa em março acusada de tentar assassinar políticos.

Há alguns dias, um juiz de um tribunal especial contra a corrupção fugiu do país, alegando ter sido pressionado pelo governo a acusar os opositores.

As autoridades, por sua vez, denunciam uma "manipulação política" e afirmam que as pessoas no exterior tentam anular a eleição e inclusive defendem um golpe de Estado.

"Em 11 de abril ninguém sabe o que pode acontecer. Nessa altura, não sabemos se a parte norte do país poderá até mesmo votar", alerta Olougou.

No sul do país, por outro lado, a campanha política acontece com normalidade.

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