Aplicativo mapeia área de contágio da dengue e zika

Imagine receber um aviso pelo celular de que existe uma pessoa com alguma doença que pode causar contágio em um raio de 300 metros de onde você está, e como se prevenir diante de casos de dengue, zika vírus e até raiva. O quarteto de jovens que desenvolveu esse aplicativo, denominado Torpedo da Saúde, foi o grande ganhador do 1º concurso Hackathon Campinas, realizado entre sábado e domingo em uma verdadeira maratona de programação - organizada para criar projetos de software e soluções tecnológicas. O grupo vencedor, denominado Flecha, ganhou R$ 6 mil pela invenção. Conhecido popularmente como um encontro de “hackers do bem” , o Hackathon tem como objetivo desenvolver aplicações e soluções tecnológicas com foco na Administração Pública ou no cidadão sob o tema. O evento reuniu 41 desenvolvedores e designers, em 10 equipes, e foi promovido pela Informática de Municípios Associados (IMA), em parceria com a Prefeitura de Campinas, Sensedia e CI&T. O campeonato teve início no sábado às 8h30, na sede da IMA, e acabou no dia seguinte às 9h. Além da vencedora Flecha, em segundo lugar ficaram o grupo Cidade Acessível, responsável por desenvolver um dispositivo de voz para deficientes visuais e, em terceiro, o Corujão, responsável por um aplicativo que visa facilitar o acesso do cidadão aos gastos e investimentos públicos. Eles receberam R$ 4 mil e R$ 2 mil respectivamente. Os três melhores colocados dividirão o valor em vale-compra em uma loja de Campinas. Uma banca de cinco jurados avaliou os trabalhos desenvolvidos em menos de 24 horas. A apresentação aconteceu no teatro da IMA, e as soluções desenvolvidas precisaram focar na utilidade, na experiência do usuário, alcance da solução, criatividade, inovação e originalidade. Com todos esses requisitos apresentados no produto desenvolvido pela equipe Flecha, composta por Renato Rodrigues, Davi Rodrigues, João Sakai e Felipe Ribeiro, o Toque da Saúde possivelmente será um mais uma ferramenta aliada da Administração no combate as doenças, como dengue, raiva e qualquer outra que for alertada pela Vigilância Sanitária em seu sistema de dados. “Nos baseamos no alerta que os moradores da Tailândia recebem em caso de tsunami. A partir daí pensamos em trazer para a nossa realidade, principalmente com a dengue", disse o integrante Renato Rodrigues. O aplicativo busca dados fornecidos pela Saúde, como CEP das vítimas de dengue ou de qualquer doença contagiosa, para conseguir localizar essas pessoas. Além de avisar sobre o infectado, sem revelar nome, o programa se propõe a oferecer dicas de combate e, até mesmo, locais onde existam possíveis criadouros do mosquito transmissor. “A grande inovação está realmente no cruzamento de dados e revelar a localização exata de onde está o foco do problema, ou alguma pessoa infectada por doença de grande contágio", disse Rodrigues. Para desenvolver as soluções, os participantes utilizaram a base de dados governamental relacionada a diversas áreas como Educação, Saúde, Portal da Transparência e Sistema de Atendimento. O presidente da IMA, Fábio Pagani, destacou que os projetos inovadores podem ser colocados em prática, e o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) parabenizou os participantes. “Às vezes as ideias vêm de onde a gente menos espera. E é muito importante o poder público se apropriar dessas inovações. Por isso, não desistam, persistam”, disse o prefeito.