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Após absolvição de Trump, os republicanos enfrentam "batalha pela alma do partido"

Um dia depois que o Senado absolveu Donald Trump em um histórico segundo julgamento de impeachment, os Estados Unidos debatem por quanto tempo permanecerá a sombra que o ex-presidente faz sobre o Partido Republicano, mas também sobre o país

AFP
14/02/2021 às 17:44.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:56

Um dia depois que o Senado absolveu Donald Trump em um histórico segundo julgamento de impeachment, os Estados Unidos debatem por quanto tempo permanecerá a sombra que o ex-presidente faz sobre o Partido Republicano, mas também sobre o país.

Aos olhos de grande parte do mundo, o Senado votou 57-43 no sábado para condenar Trump por incitar o ataque em 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos.

Foi uma conquista para os democratas, já que sete republicanos se juntaram a eles na votação de impeachment mais bipartidária da história. Mas não foi suficiente: eles não tiveram os 67 votos necessários para uma condenação.

A dura divisão interna que assola o Partido Republicano em relação ao polêmico ex-presidente foi exposta.

Enquanto alguns membros dizem que é hora de virar a página, Trump insinuou um possível futuro político.

Um crítico frequente de Trump, o governador Larry Hogan, de Maryland, previu neste domingo que uma "verdadeira batalha pela alma do Partido Republicano" se aproximava.

"Isso não acabou", disse o governador republicano à CNN, acrescentando que teria votado para condenar Trump se tivesse a opção.

O senador Bill Cassidy, da Louisiana, um dos sete republicanos que votaram a favor da condenação, previu neste domingo que o domínio ainda forte de Trump sobre os republicanos irá desaparecer.

"Acho que sua força está diminuindo. O Partido Republicano é mais do que apenas uma pessoa. Acho que nossa liderança será diferente no futuro", declarou Cassidy ao programa "This Week" da ABC.

Vários republicanos, incluindo aqueles que votaram pela absolvição de Trump, expressaram consternação com o papel que o ex-presidente desempenhou na violência ocorrida em 6 de janeiro e nas semanas anteriores.

Em várias ocasiões, Trump alimentou a raiva dos apoiadores com falsas alegações de que as eleições de novembro haviam sido fraudadas.

Mas um dos defensores ferrenhos do ex-presidente, o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, insistiu neste domingo que Trump, com seus fervorosos apoiadores, manterá um enorme papel político nas eleições de meio de mandato, em 2022, e chamou Trump de "o membro mais vibrante do Partido Republicano".

Apesar da absolvição de Trump, os democratas insistiram neste domingo que haviam alcançado uma vitória moral e política que abre caminho para o novo presidente Joe Biden avançar rapidamente por uma agenda ambiciosa, começando com seu plano de recuperação da pandemia de 1,9 trilhão de dólares.

Trump flerta com a ideia de concorrer à Casa Branca novamente em 2024, algo que ele não poderia fazer se tivesse sido condenado no sábado.

A mera sugestão de uma possível candidatura o manterá nas conversas políticas e permitirá que continue arrecadando grandes quantias de dinheiro.

Vários republicanos se distanciaram do ex-presidente. Entre eles, 10 parlamentares da Câmara dos Deputados que votaram a favor do processo de impeachment e vários dos que estão na fila para tentar a candidatura presidencial em 2024.

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